Polícia

21 menores são detidos na Armelindo Ferrari por indisciplina



21 menores são detidos na Armelindo Ferrari por indisciplina
A direção da EE “Armelindo Ferrari” preparou uma lista com o nome de dezenas de alunos “problemáticos” que estudam no período noturno da escola e encaminhou ao Conselho Tutelar para que o mesmo tomasse as devidas providências.
Em uma ação que envolveu o Poder Judiciário, Conselho Tutelar e as Polícias Civil e Militar, na noite da última quinta-feira, 24, as autoridades surpreenderam os alunos nas salas de aula, o que culminou na detenção de 21 deles.
“Os alunos menores foram recolhidos e trazidos para o Conselho Tutelar e depois encaminhados ao Ministério Público para responder pelos atos infracionais que cometeram. A orientação que damos à direção das escolas é para que todo e qualquer fato, como por exemplo, perturbação do trabalho do professor na sala de aula, que é uma contravenção penal, se faça uma ocorrência policial. Se for menor, será processado na Vara da Infância e Juventude e se for maior, na justiça comum”, disse o juiz da Vara da Infância e Juventude, Evandro Pelarin.
“Ao longo dos últimos três anos a Vara da Juventude e a Promotoria vem orientando os alunos para terem um comportamento adequado, porém essa situação chegou ao limite. Hoje os alunos foram retirados da sala de aula, encaminhados ao Conselho Tutelar, posteriormente processados e cumprirão medidas sócio-educativas de prestação de serviços à comunidade e provavelmente os pais poderão sofrer processo administrativo passível de uma pena de multa de R$ 1.245,00”, disse o promotor Dênis Henrique Silva. Segundo ele, a orientação que é passada aos alunos é que respeitem os professores, os colegas que querem estudar, não perturbem mais a sala de aula, não tragam drogas para a escola e que mantenham um comportamento disciplinar adequado.
Para o vice-diretor da EE “Armelindo Ferrari”, Adigilson Pereira Machado, ações como as que aconteceram naquela noite tem trazido tranqüilidade. “Depois dessa parceria entre a escola e o Poder Judiciário estamos tendo mais autoridade para falar não só com os alunos, mas também com aqueles que ficam ‘rondando’ a escola. Agora eles têm medo de nos desafiar, pois sabem que se chamarmos a polícia, efetivamente alguma coisa acontecerá com eles. Estamos conseguindo nos impor mais dentro da sala de aula, tanto a direção, quanto os professores”, disse Adigilson.
“Nenhum aluno maior de 18 anos foi conduzido na oportunidade à delegacia porque temos apenas informações genéricas dos crimes que eles vêm cometendo. Para isso faremos um levantamento do dia em que foi cometido o crime, o nome da vítima, no caso o professor, para que dessa forma possam ser conduzidos à delegacia. De qualquer modo, estão avisados que repetindo a infração eles serão punidos. As infrações mais comuns são desacato (desrespeito ao professor), desobediência (usar celulares, bonés, sair da escola ou da classe de aula sem autorização) e ameaça. Nesses casos, pedimos aos professores que façam um boletim de ocorrência, pois assim os alunos serão encaminhados à delegacia, onde será lavrado termo circunstanciado, depois vão para o Fórum onde serão processados pelos respectivos crimes. Os professores não devem mais deixar ‘passar’ este tipo de situação, já que eles são as vítimas da própria desídia. Sabemos que existe medo, mas é necessário adotar uma postura rígida principalmente agora que o Judiciário e a Polícia estão dando respaldo para ações como estas”, disse o Juiz da 2ª Vara Criminal e da Execução Criminal, Vinícius Castrequini Bufulin.
Para o Ten. Ciconelli, da PM, os diretores, professores e inspetores de alunos devem ficar alerta para qualquer tipo de movimentação estranha na escola e não ter receio de fazer um BO, pois desta forma a polícia tem como agir. Especificamente na EE “Armelindo Ferrari”, o tenente observou que os muros são baixos e ainda possuem elementos vazados, o que facilita a entrada e saída de alunos e outras pessoas nas dependências da escola.