A primeira vítima da Covid-19 no Brasil, foi o porteiro aposentado Manoel Messias Freitas Filho que morreu no Hospital Sancta Maggiore, da Rede Prevent Sênior, no Paraíso, zona sul de São Paulo. Entre os primeiros sintomas e sua morte, seis dias se passaram.
Exageros à parte, a verdade é que em 16 de março, o Brasil tinha apenas 200 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus. Se comparado com outros países, como a Itália, por exemplo, epicentro da doença tinha registrado 27.980, número 140 vezes maior do o registrado no Brasil.
Em 18 de março, dois dias após a morte de Manoel, seu pai, de 83 anos, sua mãe, de 82, um irmão e uma irmã também foram internados com sintomas da Covid-19. O pai e o outro irmão do porteiro aposentado não resistiram e morreram infectados pelo novo coronavírus. Assim, em menos de uma semana, a família de seis pessoas foi reduzida à metade.
Apesar da gravidade e da célere abrangência por quase todo o território brasileiro, a pandemia do coronavírus tem sido ignorada pelo presidente da república, Jair Messias Bolsonaro. Tratada por ele como uma “gripezinha” ou “resfriadinho”, no dia em que foi registrada a primeira morte por Covid-19, Bolsonaro ignora vírus e participa de ato contra Congresso e STF, contrariando as orientações de todos os especialistas.
Ainda no 16 de março, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central haviam revisado suas projeções de crescimento da economia brasileira neste ano para 1,68%. Um cenário nada otimista para um país que tem, segundo o IBGE, 12,8 milhões de desempregados, o que corresponde a quase 12% da população.
Com picos de quase 900 óbitos por dia, agora Brasil tem 15.046 mortes e 222.877 casos confirmados de novo coronavírus, segundo o balanço do Ministério da Saúde publicado na noite desta sexta-feira, 15. Desse total, São Paulo tem 58.378 casos e 4.501 mortos.
