Política

92,6% não querem aumento do número de vereadores



92,6% não querem aumento do número de vereadores
O projeto de lei do deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS) que propõe o aumento em cerca de 15% do número de vereadores em todas as Câmaras Municipais do Brasil já foi aprovado pela Câmara Federal e seguiu para o Senado.

Caso se transforme em lei, fará aumentar de 51 mil para quase 60 mil os vereadores no país. O critério é o do número de habitantes de cada município, em faixas escalonadas. Assim, Fernandópolis e Votuporanga, por exemplo, estão contidas no grupo das cidades que possuem entre 50 e 80 mil habitantes. Dessa forma, elas poderão ter até 15 vereadores, ante os dez da atualidade.

Além dos aspectos políticos e administrativos, essa mudança representa aumento de gastos, inclusive salariais. Como a Câmara de Fernandópolis aprovou recentemente salários de R$ 3,8 mil para os vereadores a partir de 2009, a mudança (aumento de 50% no número de vereadores) implicará um gasto anual de R$ 684 mil somente com os salários dos vereadores.

Diante disso, CIDADÃO foi às ruas ouvir a população e obteve um resultado impressionante: nada menos que 92,6% das pessoas entrevistadas se declarou contrária ao aumento de vagas na Câmara. É o caso de José Amadeu, de 39 anos, para quem seria “uma imoralidade” o aumento de vagas; ou Waldemar Uliana, 67, que não vê vantagens na alteração do número de vagas. “A cidade só terá mais despesas”, acredita.

Mais radicais são João Batista, de 57 anos, e José Carvalho, de 62: “Dez já é muito, tinha que diminuir”, diz Batista. Carvalho até dá a receita: “Deveriam cortar pela metade, ficar só com cinco”.

E houve quem concordasse com a mudança porque “é o Tribunal de Contas de São Paulo quem paga as contas”. Esse transeunte, que foi ouvido na Praça Joaquim Antonio Pereira, não quis se identificar.