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A HORA DE VIRAR A PÁGINA



A HORA DE VIRAR A PÁGINA

Julio C da Silva

Somos contemporâneos de um grande desastre no percurso da história da humanidade e raramente alguém poderá dizer que não fora atingido pela pandemia. A sociedade de uma forma geral foi submetida a um tempo de medo, incerteza, insegurança, privações e luto.
As sequelas da batalha são diversas e sentidas diariamente. Alguns manifestam sua dor por meio de agressividade, outros sofrem no próprio corpo efeitos psicossomáticos de traumas e perdas vividas deste último ano.
Tive a oportunidade de aconselhar uma jovem que perdeu cinco entes queridos no período curto de duas semanas. Dizer que é fácil, não é. Dizer que é simples, não é. O que fazer diante deste cenário e das consequências psíquicas e econômicas desta avassaladora peste que vivemos e ainda enfrentamos resquícios? Sua sombra que insiste em fustigar a humanidade.
Não é tarefa simples virar a página, porém se faz necessário. Em outros tempos enfrentamos guerras, tragédias e outras pandemias que nos deixaram lições, claro que em outro contexto, hoje vivemos em um mundo com indivíduos extremamente ansiosos e doentes.
Gostaria de deixar aqui algumas dicas que na minha humilde opinião e grande experiência em lidar com a gestão de humanos, acredito ser de grande valia neste momento.
FÉ: a fé é fundamental na reconstrução e superação das dificuldades e acidentes da vida, gera esperança de dias melhores. Ela escuta no silêncio e enxerga na escuridão.
SOLIDARIEDADE: fazer o bem, cuidar de pessoas, ajudar quem precisa, também auxilia na superação. O sentimento de levantar alguém, estender a mão, gera em nós prazer e alegria de ser útil pela vida do próximo, além de tirar o foco da nossa dor.
COMUNHÃO: o momento nos pede amizade e fraternidade. A hora é de perdoar e superar qualquer sentimento de rancor e ódio. Devemos estar cercados de amigos, juntos somos mais fortes. Tudo isso é fundamental no processo de reconstrução da nossa vida e história.
EMPATIA: uma visão mais coletiva e menos individualistas. Este tempo fez reverberar nas pessoas aquilo que elas já tinham acumulado dentro de si, superlativizando os valores humanos de cada um. Assim individualistas ficaram mais individualistas. O filantropo começou a exercer a filantropia exacerbadamente.
Cabe aqui o que o ditado antigo diz, reclamava dos meus sapatos até o dia que conheci alguém que não tinha os pés. Não desista e nem desamine é hora de virar a página e prosseguir. A vitória virá para aqueles que não desistirem!

Julio C da Silva é  Phd Teologia, MBA em neurocoaching e conferencista internacional