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“A nossa meta é reerguer o Fefecê, colocá-lo no lugar que merece”



“A nossa meta é reerguer o Fefecê, colocá-lo no lugar que merece”

A estreia do Fernandópolis FC.no Campeonato Sub-23 – Segunda Divisão –, como é oficialmente tratado pela Federação Paulista de Futebol, foi muito promissora. O time jogou em José Bonifácio e venceu com autoridade: 2 x0. Neste domingo, 10 horas, o time joga em casa, no renovado Estádio Claudio Rodante, contra o Andradina, às 10 horas. CIDADÃO entrevistou o presidente Oclécio de Almeida Dutra, que ao lado do vice, Ricardo Saravalli, e da diretoria, vem promovendo uma nova forma de gestão. Acredite, o time tem um ônibus envelopado com as cores da Águia para viajar, o Estádio Claudio Rodante está de cara nova, arquibancadas pintadas, câmeras de segurança e uma série de mudanças que vão além daquela famosa “maquiagem”. Detalhe: tudo isso está sendo feito sem um tostão dos cofres públicos. O presidente diz que a meta é escrever uma história diferente no Fefecê, colocar o clube no lugar que lhe é devido. E crava, sem cerimônia: “o objetivo é conquistar o acesso”. Mas, para isso precisa contar com o apoio imprescindível do torcedor. Veja a entrevista:

O que mudou na gestão do Fernandópolis FC. para este ano?
Mudamos totalmente o jeito de comandar o clube. Eu, por exemplo, fiquei responsável pela montagem da equipe, o Ricardo Saravalli (vice-presidente) ficou responsável de cuidar das obras do Estádio. Todos estão vendo o que está sendo feito. O Viriato (ex-técnico José Carlos Viriato Mendes) é o gerente de futebol e tantos outros que integram a diretoria e que estão trabalhando para que o clube tenha uma história diferente. Uma das primeiras preocupações foi adquirir um ônibus para o transporte dos jogadores, já que todo ano era aquela dificuldade, ficava dependendo da prefeitura que tem suas regras e não pode transportar clube profissional. Também estamos assumindo por inteiro o Estádio Municipal e já com muitas reformas sendo realizadas com recursos próprios. Enfim, estamos assumindo todas as despesas do Estádio, incluindo os funcionários da cozinha, da lavanderia. 
Podemos dizer que o clube ganha uma gestão profissional?
Realmente buscamos a profissionalização da gestão, porque em épocas passadas o clube vivia dependente da prefeitura até para alimentar os atletas. Nós estamos assumindo todas as despesas. Não tem recurso público. Só para se ter uma ideia, entre almoço, jantar e café da manhã e da noite, servimos cerca de 60 a 70 refeições por dia. Hoje o clube dispõe de uma comissão técnica, não é só treinador e preparador físico. Todas as funções de uma comissão técnica profissional são ocupadas. Desde que assumimos o clube, apesar das dificuldades, estamos com as contas em dia, não devemos prá ninguém. A reforma do Estádio Municipal que estamos realizando está paga. A folha de pagamento está rigorosamente em dia, incluindo os funcionários e atletas.
O torcedor que vai ao Estádio neste domingo para o jogo contra o Andradina, além da boa impressão causada pela equipe na estreia contra o José Bonifácio, o que ele vai ver de diferente no Estádio?
São muitas as novidades. O principal é o zelo com que estamos cuidando do Estádio para que o torcedor tenha dignidade seja em qual setor ele escolher assistir o jogo. Além disso, a nossa equipe é muito boa e tenho certeza que vamos classificar e bem para as próximas fases e chegar à final com resultado muito positivo. A gestão profissional não olha apenas para o jogador, mas para o torcedor, imprensa e a cidade como um todo. Estamos trabalhando em paz com os políticos, com todo mundo, porque o objetivo é elevar o nome do Fernandópolis FC.
A estreia causou boa impressão e você demonstra otimismo em relação ao desempenho do time no campeonato. A torcida pode acreditar que este ano será diferente?
Na montagem da equipe nós escolhemos jogadores a dedo. O Fefecê foi um dos times que mais transferiram jogadores de outros estados. Temos jogadores do Rio de Janeiro, da Bahia, do Pará, de Alagoas. Buscamos montar a melhor equipe. Quando se fica limitado ao Estado de São Paulo para buscar atletas dentro dessa faixa limitada do sub-23, fica mais difícil. Tem 40 equipes buscando atletas por aqui. Nós decidimos procurar atletas no Brasil inteiro e acredito conseguimos montar uma boa equipe que vai mostrar isso em campo e almejar coisa melhor. Investimos para isso.
E os parceiros que estão chegando para juntar forças neste projeto do Fefecê?
O primeiro parceiro que contatamos antes mesmo de assumir a equipe foi o Dr. Fernando Costa que é o reitor da Universidade Brasil. Temos outros parceiros que estão chegando e quando se faz um trabalho sério, honesto, a tendência é você ter maior apoio. Tem muita gente procurando para nos ajudar. A impressão é boa, a equipe é boa e isso tudo atrai novos parceiros para este projeto. Com a Universidade Brasil fizemos todo o aparato de acordo, mas ainda não recebemos nenhuma transferência de recurso, mas preferimos primeiro mostrar o nosso trabalho para mostrar maior credibilidade junto ao parceiro. Queremos agradecer também o prefeito André Pessuto que tem feito o possível dentro do que permite a lei para transferir o Estádio, por inteiro, ao Fefecê por um período de 10 anos.
Essa concessão do Estádio por 10 anos ao Fernandópolis já está formalizada?
Estamos concluindo essa formalização com a Prefeitura com o apoio da Câmara. Estamos tirando esse ônus da prefeitura, procurando adequar o contrato para que fique bom para todas as partes. Estamos contando com a Câmara, através do Ademir de Almeida (presidente), do Etore Baroni, bem como os demais vereadores. Tenho certeza, e Fé em Deus, que as coisas vão dar certo e o torcedor fernandopolense nos próximos anos terá orgulho de ver a Águia voando mais alto, representando a cidade com muita dignidade. A nossa meta é reerguer o Fefecê, colocá-lo no lugar que ele merece.
Quando você fala em parceria com o Estádio por 10 anos, significa que esse projeto do Fernandópolis FC. é de longo prazo?
O nosso mandato é por dois anos e vamos fazer o máximo esforço para que os resultados sejam os melhores e que aqueles que virão nos suceder possam receber um clube organizado e continuar com esse zelo que estamos implementando agora no clube e no Estádio. Não podemos é deixar a peteca cair, repetir erros do passado, quando muito do trabalho feito acabou se perdendo. O clube precisa de continuidade e esse projeto pretende consolidar essa marca de gestão para que não haja retrocesso no futuro. Estamos com uma administração diferente daquela de antigamente, arcaica, onde a prefeitura tinha que ficar socorrendo. O nosso projeto é pé no chão, pensando em fazer o melhor para o clube e para a cidade. A prefeitura vai nos ajudar na medida do que a lei permitir. Não queremos nada que não seja legal, tudo dentro da lei.
Nessa parceria com a prefeitura, haveria alguma contrapartida do clube?
A contrapartida do Fefecê com a prefeitura e com a população é zelar desse patrimônio que é o Estádio. Zelar como a gente cuida da casa da gente ou até mais. O torcedor que vier ao Estádio Claudio Rodante neste domingo vai perceber isso. É visível as mudanças que já fizemos. Muita coisa ainda será feita. O que queremos é que as coisas caminhem bem para ambas as partes, para o Fefecê e para a Prefeitura. 
O que motivou esse grupo a tomar a dianteira e assumir o Fernandópolis com essa mentalidade de gestão profissional?
Deus, porque estamos aqui no tempo de Deus e temos que dar um pouco do que recebemos Dele para algo que possa elevar uma comunidade. Deus nos deu essa missão e vamos cuidar dela bem. E temos que ter cuidado, porque Deus só cobra o capital, o juro não. 
Por que o torcedor tem que ir ao Estádio prestigiar o Fefecê?
Um dos motivos para ir ao Estádio é ver novos tempos do nosso futebol. E outra coisa, tem que vir porque o time é bom e vai chegar, se Deus quiser.