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A RELAÇÃO ENTRE AS DOENÇAS DO CORAÇÃO E A DEPRESSÃO



A RELAÇÃO  ENTRE AS DOENÇAS DO CORAÇÃO E A DEPRESSÃO
Dr. Luiz Flávio Franqueiro

A depressão pode provocar cardiopatias e, da mesma forma, doenças do coração pode acabar gerando um quadro depressivo. Entenda como as condições médicas relacionadas podem ser graves.
Fortes emoções podem gerar palpitações no peito, falta de ar e outros sintomas que, em geral, associamos às doenças cardíacas. De fato, o coração é afetado pelo que pensamos e sentimos. E quando o coração vai mal, ele também pode afetar nosso estado de espírito.
Quem tem problemas de coração com frequência tem depressão. Após um infarto ou derrame, a taxa pode chegar a até 50%. Provavelmente, essa pessoa já tinha um transtorno de humor prévio e o quadro físico foi o gatilho. Nesses casos, o risco de morte aumenta de duas a cinco vezes.
Por isso, os sintomas emocionais manifestados por pessoas que têm cardiopatias nunca devem ser ignorados por familiares ou amigos próximos. Paralelamente, quem é deprimido também tem mais chances de desenvolver doenças do coração. Muitas vezes a pessoa é diagnosticada apenas como apresentando um quadro emocional, mas a cardiopatia está lá. Portanto, diagnosticar é um desafio.
A mente e o coração
Pressão no peito, sensação de bola na garganta, falta de ar e palpitações são alguns dos sintomas físicos que podem estar associados a problemas emocionais. Isso é consequência da conexão entre corpo e mente, gerada principalmente pelo sistema nervoso autônomo -- a parte do sistema nervoso responsável por coordenar o funcionamento dos órgãos internos do corpo, como estômago, genitais e coração.
Assim, quando recebemos uma ótima notícia ou ficamos emocionados, nosso coração acelera. Da mesma forma, quando somos surpreendidos por algo negativo, podemos sentir palpitações. Estas reações do organismo são normais e todo mundo as sente. Porém, quando as emoções negativas se perpetuam, provocando descargas contínuas de cortisol e outros hormônios, o corpo pode sofrer as consequências. Sono, apetite e humor podem ficar prejudicados, gerando distúrbios emocionais e cardiopatias relacionadas.
Quando a causa da depressão não é bem definida, ou a doença não se manifesta da forma mais recorrente, o diagnóstico é mais complicado. Muitas vezes, o indivíduo deprimido pode não parecer tão triste ou desmotivado, mas apresenta os sintomas físicos.
Devemos tomar cuidado, pois a pessoa com sinais físicos pode ter doença cardíaca e depressão, mas receber tratamento para apenas uma delas. Conforme uma condição é tratada, a outra corre livre e, por consequência, todo o seu estado se agrava. Por exemplo, podemos reconhecer o quadro cardíaco, mas não olhar para o quadro depressivo associado. Por consequência, o paciente não irá se recuperar como deveria.
Assim como a depressão pode gerar cardiopatias, o inverso pode ocorrer. Ter um infarto ou uma doença crônica do coração são motivos para deprimir quem já tem predisposição à distúrbios de humor. Portanto, devemos ficar atentos.