Saúde

Alergologista explica os tipos de alergia e como diferenciar os sintomas da Covid-19



Alergologista explica os tipos de alergia  e como diferenciar os sintomas da Covid-19
Dr. Flávio Sano

Outono e início de inverno são épocas em que os problemas de alergias como renite alérgica e asma se agravam ainda mais. É também um período em que coincide com as infecções virais como os resfriados, as gripes e atualmente, as infecções pelo coronavírus.
Nessa época do ano, as pessoas com problemas respiratórios como asma e renite alérgica adoecem mais facilmente. Se antes esses problemas crônicos já estavam enquadrados no padrão ou estilo de vida dos pacientes, agora em tempos de coronavírus, o risco de enfrentar a pandemia com os sintomas imunológicos debilitado pode confundir facilmente com os sintomas do novo coronavírus.
O médico fernandopolense, Dr. Flávio Sano, que é presidente da ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia - citou, durante entrevista ao programa Bom dia São Paulo da TV Globo na quinta-feira, 23, as diferenças nos sintomas para cada caso e destacou as situações em que podem indicar uma infecção por Covid-19. Para o alergologista, os sintomas entre as síndromes gripais e de crises alérgicas crônicas são mais facilmente identificados em virtude do histórico de saúde do paciente. 
“Tanto a renite como a asma são doenças crônicas e que por essa razão, todas as vezes em que a pessoa tem essa doença e se expõe à poeira ou a mudança de tempo o nariz começa escorrer, fica entupido, coça o olho e isso são sintomas de uma rinite ou crise de renite”, destacou Sano.
 Para Sano, o agravamento do quadro clínico dos pacientes que têm uma doença respiratória crônica pode sim indicar algo além do problema habitual. Ele ressalta que a febre é um dos principais fatores para uma mudança perigosa do que ele chama de “estado geral do paciente”. 
“Se a esses sintomas são associados a febre ou queda do estado geral, aí estamos falando de uma infecção que pode ser leve, tipo um resfriado, uma febre baixa ou até uma infecção mais grave que seria o caso da influenza e também de coronavírus”, destacou. 
Apesar de orientar aos pacientes para que fiquem atentos as crises em que apresentarem febre, o Dr. Flávio Sano recomenda cautela tanto no processo da automedicação como sobre a importância de saber quando buscar um auxílio médico. Para ele, a febre é um fator de preocupação. Mas o fator de alarme mesmo é o início da falta de ar. 
“Vamos supor que a pessoa nunca teve falta de ar e começou a ter esse quadro febril com tosse, falta de ar, dor torácica, dor no corpo, isso é um sintoma de alerta”, disse.
A falta de ar é apenas um dos fatores observados pelo Dr. Flávio Sano como sendo o ponto de partida para um diagnóstico mais preciso. Ele destaca que é preciso levar em consideração o problema crônico do paciente com asma, que por si só, já provoca a falta de ar. 
“A asma também é uma doença crônica e que se agrava nesse período do inverno devido as mudanças do tempo, a poluição e a exposição a poeira. Mas, a asma não dá febre. Se o paciente tem a falta de ar, a tosse, o chiado no peito, a sensação de opressão torácica, porém, ele não tem febre e não tem queda do estado geral. Se o paciente asmático está tendo simplesmente o chiado, tosse e falta de ar, ele está tendo uma crise de asma. Se ele tiver acompanhando essa falta de ar febre e queda do estado geral, aí estamos falando de uma infecção que pode ser tanto uma gripe como uma infecção por Covid-19”, enfatizou. 
O médico recomenda a lavagem nasal com soro fisiológico para quem nunca teve o problema. Para os demais casos, ele orienta que o paciente só deve fazer uso de medicação sob prescrição médica.
“Usar só se o médico prescrever uma medicação antialérgica para melhorar a coriza, a sensação de coceira, de secura e os corticoides nasais para controlar o quadro de renite. Agora quando tem um quadro de resfriado ou de gripe, além desses remédios, vai ser necessário antitérmicos. E no caso de falta de ar, broncodilatador. Nesse estágio, o paciente já deve procurar o atendimento médico”, adverte o alergologista.
No estágio mais leve, o Dr. Sano também recomenda alguns cuidados para evitar o agravamento do quadro clínico do paciente. 
“Fazer higiene ambiental e evitar a exposição aos ambientes fechados, com poeira, umidade, mofo, fungos e evitar aglomerações”, acrescentou.
Saber diferenciar os sintomas entre as síndromes gripais e as doenças respiratórias crônicas é no entendimento do Dr. Flávio Sano, a maneira mais fácil para identificar um quadro mais grave do problema crônico ou se o agravamento se trata de uma infecção por Covid-19.

DR. FLÁVIO SANO

O médico Flávio Sano, 60 anos, é filho do casal, o médico Paulo Sano e Noêmia Sano, ambos já falecidos e sepultados em Fernandópolis. Saiu de Fernandópolis cursar Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem várias especializações, entre elas destaca-se a especialização em Alergia e Imunologia Clínica. Atualmente é presidente da ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Mora em São Paulo. Ele assumiu a presidência da ASBAI no ano passado para um mandato de dois anos. A entidade que comanda tem a missão de promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências. O pai, Dr. Paulo Sano, era pneumologista e foi homenageado com a denominação da UBS do bairro Albino Mininelli com seu nome.