A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo lançou no começo de fevereiro um programa de recuperação de aprendizado inédito em todo o Brasil. Os 45 dias iniciais do ano letivo na rede estadual terão aulas totalmente direcionadas à língua portuguesa e matemática. A novidade começou no dia 18 de fevereiro, quando foi iniciado o ano letivo.
Todas as escolas estaduais de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e médio estão incluídas no projeto.O objetivo da Secretaria é reforçar para toda a rede as aptidões em português e matemática, disciplinas consideradas básicas para aprendizado de qualquer outro tema.
"Se o aluno não aprender bem estas disciplinas não terá condições de aprender os outros conteúdos", diz a secretária de Estado da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.
Em Fernandópolis, as escolas que pertencem ao estado já aderiram à nova grade. De acordo com Rubens José das Neves, diretor substituto da escola estadual Joaquim Antônio Pereira (JAP), esta foi a proposta de ensino mais coerente da Secretaria em 30 anos.
Em todos esses anos como educador nunca houve uma medida tão coerente no ensino do estado, declarou.
As aulas de geografia e história vão se interligar com as aulas de matemática e português. Durante as seis semanas em que o projeto vai funcionar, a educação terá base na interdisciplinaridade.
Vamos englobar assuntos cotidianos no ensino, desse modo os alunos se interessam pela aula, explica.
Esta mudança foi implantada em conjunto com as alterações na grade curricular da rede. "Fizemos um estudo e vimos que é possível ter esse período de reforço, sem prejuízo para os outros conteúdos, que serão oferecidos no restante do ano", ressalta Maria Helena.
Os professores dessas disciplinas foram capacitados para oferecer o ensino de matemática e língua portuguesa dentro da geografia e história. Em história haverá interpretação de textos para reforçar a língua portuguesa. Em geografia a matemática vai aparecer em tabelas e gráficos.
A Secretaria prepara também para este ano, a confecção de propostas curriculares que vão auxiliar os professores com relação aos conteúdos que devem ser ministrados em cada bimestre.
Uma pesquisa efetuada no final de 2007 mostrou que metade dos alunos das redes públicas e privadas termina o ensino médio com o mesmo conhecimento de um aluno de oitava série.