Sonho realizado. É assim que a maquiadora Tainara Almeida define a maternidade. Porém, a realização desse sonho foi muito conturbada e difícil. A mamãe da Lavínia e da Valentina precisou de muita força, fé e oração para que hoje pudesse celebrar pela primeira vez esse momento tão sublime que é o Dia das Mães.
A história de Tainara com a maternidade teve início em 2018 quando descobriu sua primeira gestação. “Descobrimos que era gêmeos, que um dos bebês tinha uma má formação e que poderia vir a óbito. Mas, mesmo assim, seguimos confiantes. Porém, em poucas semanas descobri que tinha perdido os dois bebês. Não sei explicar, mais foi uma das minhas maiores perdas”, descreve.
Desde então, a maternidade se tornou um desafio devido as alterações hormonais. Em junho de 2021, a maquiadora teve o tão sonhado positivo mais uma vez. Foi quando o destino preparou mais uma surpresa para Tainara e seu marido, João Vitor Ceraze. Tratava-se de outra gestação gemelar e mais desafios pela frente. “Com 12 semanas recebemos a notícia que um de nossos bebês estava com uma alteração na nuca altíssima. Havia o risco de ter alguma síndrome ou que ela não seria compatível a vida, além de ter um cisto broncogênico pulmonar”.
Diante do diagnóstico, a médica orientou os pais a fazerem um teste genético. “Deus falava comigo o tempo todo e eu não senti no meu coração de fazer o exame e segui com a gestação confiante o tempo todo”, revela. Aos seis meses de gestação o cisto da Valentina cresceu de forma rápida, o que assustou a obstetra, que orientou aos pais a procurar um médico de medicina fetal em São Paulo. Chegou a ser cogitada, inclusive, uma cirurgia intrauterina, pois o cisto era tão grande que estava empurrando o coração.
O médico da capital tranquilizou os pais após examinar a mamãe e deu a certeza de que Valentina seria um bebê perfeito, sem síndrome e que o cisto, por maior que fosse, seria removido somente após seu nascimento. “Foi um dos primeiros dias que eu pude dormir com mais tranquilidade”, revela a maquiadora.
Com o passar dos meses, durante os exames de rotina os médicos constatavam que o cisto da Valentina estava diminuindo. “E o impossível mais uma vez aconteceu, cheguei aos nove meses de gestação com uma gravidez gemelar de risco”. Chegado o dia tão esperado, o nascimento das meninas. “Preparamos uma equipe enorme para receber as gêmeas. Pois, era esperado que a Valentina iria nascer e, em seguida, precisar operar para retirar o cisto”.
Foi quando mais uma vez, a vida surpreende os papais. “Valentina nasceu aos gritos, chupando os dedos, respirando super bem e sem necessidade nenhuma de ajuda respiratória. Nossa menina é uma guerreira. Lavínia também, por estar ao lado da irmã o tempo todo”.
Quando pensou que esse seria o momento de curtir os desafios da maternidade como a privação de sono, amamentação e dedicação exclusiva aos bebês, Tainara precisou mais uma vez, mostrar sua força e sua fé. “Com 10 dias após o nascimento, Valentina começou com um vômito excessivo e uma canseira respiratória. Internamos no Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto – HCM - não sabíamos o que seria. Mas, como ela tem o cisto poderia ser devido a isso e após alguns exames foi descartado e, então, ela foi melhorando. Recebemos alta e fomos pra casa. Mais um desafio vencido”.
Enquanto cuidavam dos preparativos para comemorar o primeiro mês de vida das gêmeas, mais uma vez os pais tiveram que correr para o HCM, pois as meninas estavam com tosse excessiva e muita canseira respiratória. Tratava-se de uma bronquiolite viral e precisaram ser internadas. “Começamos a viver os piores 10 dias da maternidade”. Segundo Tainara, elas respondiam bem ao tratamento, mas Valentina apresentou uma insuficiência respiratória muito forte e foi preciso ser transferida pra UTI – Unidade de Terapia Intensiva - usando alto fluxo de oxigênio. “A nossa luta foi grande. Vivemos dias cansativos, ultrapassamos todos os limites financeiros, emocional e físico! E, muitas vezes, que eu me via sem chão eu pedi orações nas redes sociais e pedia a Deus força pra mim”.
Lavínia foi a primeira a ter alta médica e Valentina, após longos dias de angústia para os pais, venceu mais esse desafio. “Vencemos! Elas venceram! Hoje nossos bebês estão com pouco mais de 50 dias de vida e já me ensinaram tanta coisa. Uma delas foi ter mais fé e ser mais forte! Eu amo ser mãe, me sinto realizada. Viveria tudo novamente se fosse preciso para ter elas”,
Valentina ainda precisa passar pela cirurgia para a retirada do cisto, mas, diante do que ela já viveu, a família está otimista que ela seja curada antes mesmo que a cirurgia aconteça. “O Deus do impossível pode agir a qualquer momento e curá-la”, aposta a mãe.
Segundo Tainara, ser mãe é permitir viver os maiores desafios da vida. “Quero agradecer primeiramente a DEUS por realizar meu maior sonho, de me permitir viver a maternidade de forma tão intensa e por me escolher para viver esse amor em dose dupla”, finaliza.
Amor em dose dupla
