Educação

APEOESP espera paralisação 100% já nesta terça-feira em Fernandópolis



APEOESP espera paralisação 100% já nesta terça-feira em Fernandópolis

O diretor estadual da Apeoesp- Sindicato dos Professores do Ensino Oficial Estado de São Paulo-, Wilson Frazão tem mantido o otimismo quanto a paralisação total dos professores em Fernandópolis. Em entrevista à Rádio Difusora nesta manhã, ele garantiu que se reunirá com os professores das escolas Carlos Barozzi e da Tanuri para tentar convencer os professores restantes a aderirem o movimento grevista que já existe no Estado de São Paulo há 46 dias.
Apenas as duas escolas ainda não aderiram 100% da greve em Fernandópolis e seguem na chamada “greve branca”, quando os professores continuam frequentando à instituição de ensino mesmo sem alunos em sala para assinalar o ponto. “Já são 180 mil professores paralisados em todo Estado e é um número crescente. O governo ainda não se sensibilizou com o movimento e nossa pauta de reivindicações é grande. Amanhã será um ponto vital para paralisar todas as escolas em Fernandópolis. Vamos conversar com o restante dos professores para paralisar também e partir para a região”, destacou Frazão, lembrando que aos pais que as aulas serão repostas posteriormente.

Na quinta-feira, 30, o grupo grevista terá uma nova assembleia com representantes da Secretaria Estadual e com deputados para tentar chegar a um acordo. Segundo Wilson Frazão, não trata-se apenas da reivindicação por um aumento, mas também de tranquilidade e segurança da classe, que ele postulou como “estressada”. “Nós tentamos de tudo, gastamos todos os cartuxos. A greve é nosso último recurso e não queríamos isso. Muitos pensam que queremos apenas aumento e não é bem assim. Queremos tranquilidade para trabalhar. O professor não tem direito sequer de ficar doente. Temos uma professora na cidade com câncer, acamada, com afastamento médico de 60 dias, mas um perito da secretaria, um pediatra que nem médico especializado é dá apenas 12 dias de repouso e quer que a professora volte a dar aulas. São cosias absurdas que ocorrem e precisamos colocar certos pontos nos eixos”, disse ele indignado.

Ele fez um alerta ainda aos pais para que não levem os filhos às escolas, principalmente aqueles pais de alunos da zona rural. “Tem lugares que o arrebanham 20 ou 30 alunos que foram às escolas, de diferentes idades e colocam todo em uma mesma sala, tendo aula de matemática com um professor de educação física. Isso não considera dia letivo, é uma enganação aos alunos e à população em geral. Os pais que moram na zona rural, não coloquem os filhos nos ônibus pois todas as escolas estarão fechadas a partir de amanhã. Vamos trabalhar duro hoje para que isso já ocorra amanhã”, disse.

Segundo Wilson Frazão, cerca de 90 professores aderiram efetivamente à greve, dentre os 1.014 filiados às Apeoesp. Ele criticou ainda à PM da capital por agredir alguns professores que foram impedidos de entrar na assembleia Legislativa na semana passada e o secretário de Educação Herman Voorwald, que segundo ele é o “inimigo número 1 dos professores” e “luta contra a educação”, não tendo atendido nenhuma das reivindicações da classe.
“Hoje em Fernandópolis uma manicure ganha R$ 30 por hora trabalhada, já um professor, pouco mais de R$ 10”, contou.

Os professores estaduais pedem um aumento de 75,33% para equiparação salarial às demais categorias com formação de nível superior, conforme piso do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística para Estudos Socioeconômicos), e jornada de 20 horas semanais de trabalho. A categoria protesta ainda contra fechamento de classes e contra salas superlotadas.