Educação

Após 11 dias do início das aulas, transporte começa a operar em caráter de emergência



Após 11 dias do início das aulas, transporte começa a operar em caráter de emergência

As aulas na rede estadual de ensino começaram no dia 4 de fevereiro, mas somente na madrugada desta sexta-feira, 15, os 867 estudantes da rede estadual de ensino passaram a contar com o transporte escolar. A liberação para contratação do transporte, em caráter de emergência, ocorreu no início da noite de quinta-feira, 14. Agora, as escolas deverão montar plano de recuperação para os estudantes que não conseguiram frequentar as aulas neste período. 
Em entrevista à Rádio Difusora na manhã de ontem, o dirigente Regional de Ensino, Cândido José dos Santos, demonstrava alívio ao confirmar a liberação do transporte para atender os estudantes da zona rural e de bairros distantes da cidade. “Graças a Deus, o problema está resolvido e os ônibus já estão circulando. A situação tende a se normalizar a partir de segunda-feira”, disse o dirigente que chegou a ir a São Paulo na quinta-feira na Secretaria Estadual da Educação, com intervenção do próprio secretário Rossieli Soares da Silva. 
O contrato emergencial para o transporte foi necessário porque a licitação aberta no final do ano passado está parada em função de recursos de empresas e contestação no Poder Judiciário local. “Quando as pendências forem dirimidas e a licitação for concluída, encerramos o contrato emergencial e contratamos a empresa pela licitação e assim não teremos mais interrupção no transporte”, garantiu Cândido. 
O atraso na liberação do contrato emergência teve como causa uma falha humana no envio de planilhas para São Paulo para análise do Comitê Gestor de Gastos Públicos criado pelo governador João Dória (PSDB) no primeiro dia de governo. 
“Estamos com dois processos abertos, a concorrência e a contratação emergencial. Houve uma falha humana e, infelizmente, em vez de ser encaminhado para análise desse Comitê as planilhas do transporte de emergência, foram encaminhadas as planilhas da concorrência e isso atrasou a análise e não conseguimos colocar o transporte no dia 4, início do ano letivo”, explicou o dirigente de Ensino. 
De acordo com o dirigente, as escolas estaduais já foram orientadas a preparar esquema especial para repor as aulas perdidas por estudantes que ficaram sem o transporte. “Eles não terão faltas contabilizadas e nem sofrerão prejuízo pedagógico. Dos 867 estudantes que são transportados, detectamos que 60% deles frequentaram as aulas com o transporte bancado pelos pais. Mas, temos alunos que não puderam vir e eles terão atenção especial a partir de agora com a retomada do transporte”, destacou.
A falta de transporte causou grande preocupação para os pais. A dona Rosa Maria Roberto Castor de Campos, que mora na comunidade do Coqueiro, zona rural de Fernandópolis, relatou o drama que viveu nesses dias ao programa Rotativa no Ar da Rádio Difusora. “Todos os dias, as crianças acordavam as 5h30 da manhã, a gente leva até a estrada e o transporte não vinha. Passava o ônibus da prefeitura quase vazio, mas não pegava os alunos do Estado, só os do município. Dá para entender isso? Não são eles que quando vêm pedir voto falam que a educação é prioridade?”, indagou. Edmar Fernandes, do Jardim Santa Barbara, também se queixou da falta do transporte. “Falam que os alunos não vão ter falta, mas o que preocupa é que eles estão perdendo conteúdo”, lamentou.