Saúde

Após 8 mil casos em 3 anos, dengue está sob controle, diz Saúde



Após 8 mil casos em 3 anos, dengue está sob controle, diz Saúde


Após três anos seguidos de epidemia de dengue, com mais de 8 mil casos positivos conhecidos, Fernandópolis dá uma respirada este ano em relação a dengue. “Este ano estamos com número de casos controlado em comparação com o ano passado. O aumento que está ocorrendo é esperado, mas nada se compara aos anos anteriores”, disse a enfermeira Aline Furlan, da Vigilância Epidemiológica nesta semana. 
Desde 2019, a dengue tinha status de epidemia. O recorde ocorreu em 2019, quando o número de casos positivos confirmados por exame chegou a 4.611. Só em janeiro daquele ano foram 317 casos positivos.
A explosão de casos em 2019 foi explicada pela chegada da dengue tipo 2, que é mais grave, provocando internações e até mortes. “Se olharmos para os anos anteriores antes desse vírus, os casos eram mais brandos. Não tinha tanta internação”, relatou Aline. São quatro tipos de vírus da dengue circulando (1, 2, 3 e 4) e alguns são mais agressivos que podem levar até internação.
Em 2020, houve uma queda de casos, mas ainda assim a cidade ultrapassou a marca de 1.000 casos positivos. A queda explicada pelo fato da população estar mais em casa por conta do início da pandemia, o que levou as pessoas a cuidarem mais dos quintais, eliminando focos criadouros. No ano passado, a dengue voltou a recrudescer. Foram 2.394 casos positivos em meio ao pior momento da pandemia. 
Neste ano, enquanto cidades da região enfrentam forte alta de casos e até registro de óbitos, como Jales, Votuporanga e Rio Preto, Fernandópolis vê o número de casos cair drasticamente em comparação a anos anteriores. Em janeiro foram 8 casos positivos, fevereiro 35 e março, até terça-feira, 31. A Vigilância aguarda ainda resultados de outros 99 casos.
“Essa é uma época preocupante para a dengue mesmo. Chuva e calor favorecem a proliferação do mosquito. Isso já é esperado. Aumentou mas está sob controle”, disse a enfermeira.
A explicação para redução de casos está mais ligada ao fator de alto contágio em períodos anteriores, o que faz aumentar a imunidade. A situação muda, quando uma novo tipo de vírus chega à cidade, como ocorreu em 2019.  
Simone Ruvieri, que coordena o IEC – Informação, Educação e Comunicação – confirma a tese da imunidade para redução de casos e não a conscientização que, segundo ela, deixa a desejar. “Nesta época de chuvas, geralmente a maior parte dos focos está na parte exterior da residência. Um descuido e os criadouros aparecem. Já dentro das casas, a atenção tem que estar voltada para aquele reservatório do bebedouro d´água, climatizadores, bebedouro de animais e os ralos”, lembra
Muitas das reclamações que chegam de pernilongos até a Vigilância, na grande maioria, o problema está na casa da pessoa. Isso ocorre com frequência, relata Simone.
“O que é mais eficiente na luta contra o mosquito é a varredura, eliminar os ovos, evitar que eclodam e virem pernilongos. Depois que o mosquito está voando perde o controle”, diz. 
Os bloqueios realizados pela Vigilância Epidemiológica ocorrem em áreas com maior número de casos. Apesar da pandemia da Covid-19, o trabalho dos agentes à moradias não parou. “Houve algumas restrições, mas o trabalho continuou sendo realizado”, enfatizou Aline Furlan.