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Após The Voice, Letícia anuncia: “Quero viver da música”



Após The Voice, Letícia anuncia: “Quero viver da música”

A fonoaudióloga Letícia Gonçalves, 22 anos, retornou a Fernandópolis no último final de semana, após viver um “sonho inimaginável” no palco do The Voice Brasil, programa da TV Globo, e projetar positivamente sua cidade natal em rede nacional. Veio para agradecer aos fernandopolenses o apoio que recebeu e ainda recebe nas redes sociais. Ela concedeu entrevista à Rádio Difusora e ao jornal CIDADÃO. A filha de Adriana e Renato Andrade, ele funcionário na Escola Afonso Cáfaro, anunciou que vai investir em sua carreira musical. “Quero viver da música”. Até o final do ano ela projeta gravar duas músicas e clipe para aproveitar esse momento pós The Voice. Na entrevista ao CIDADÃO, Letícia conta o caminho que trilhou até subir ao palco na Audição às Cegas, em 26 de julho, e conseguir fazer com que Carlinhos Brown e Michel Teló virassem as cadeiras. Depois veio o duelo com Renan Kovalik e ela mostrou sua força na batalha dos técnicos. Esteve a 3% de garantir sua permanência no programa na votação popular. Apesar de deixar o programa, Leticia diz que ainda vive um sonho e que, ser reconhecida na rua e tietada, é motivo de muita gratidão. “Não esperava essa repercussão. Foi muita alegria”. Veja a entrevista:


Conta sobre essa experiência que você viveu no The Voice Brasil?
Veja só, estava pensando em desistir de cantar por diversos motivos, sou fonoaudióloga, estava muito corrido. Pensava em deixar a música de lado. Fiz a inscrição em dezembro de 2017 para o The Voice para ver o que ia dar. Em maio de 2018 me chamaram, passei por três seletivas antes da Audição às Cegas e fui presenteada dessa forma. Essa oportunidade que tive, foi como se a música me dissesse para continuar.
Antes de você subir no palco para a Audição às Cegas, você passou por seletivas das mais concorridas, não?
Foram mais de 40 mil inscritos no programa e convocaram 2 mil pessoas de cada grande centro do Brasil. Antes de qualquer coisa, eles fizeram a peneira da peneira. Fui a São Paulo onde disputei com duas mil vozes em um dia. Fui selecionada entre as 10 melhores vozes daquele dia. Depois fui ao Rio de Janeiro, outra seletiva com mais de 100 vozes, avancei para a próxima fase. Fui então para a gravação às cegas, onde poderia ocorrer de não virar a cadeira. E quase que não vira, né, no finalzinho, na última nota, Carlinhos Brown e Michel Teló viraram.
E qual foi a sensação de pisar o palco do The Voice, tão desejado por tantos cantores em busca de projeção?
Olha eu só pensei em me divertir muito no palco, passar o que sei. Bate o nervosismo porque estamos ali sendo analisado por grandes nomes da música. Não me preocupava se alguma cadeira ia virar. Eu estava interessada em aproveitar a oportunidade e fazer o público se divertir comigo. Quando comecei a cantar, a galera veio comigo, aquilo me deu um gás para a apresentação, incrível. Você tem um minuto e meio para sua apresentação e tentar entrar no programa. Ali eu já era grata pela oportunidade que estava tendo, queria fazer o meu melhor. Foi muito difícil chegar ali, então só tinha gratidão. Já me considerava vitoriosa demais. Você não tem ideia a quantidade de artistas bons que tem no Brasil e que não conseguiram passar pelas eliminatórias. Entrar no programa era a realização de um sonho e fiquei feliz demais.
E quando o Teló e Brown viraram?
Aquele meu gesto da mão na cabeça ao final da apresentação representa muito a minha alegria. Gente, foram mais de 40 milhões de pessoas assistindo ao programa, não só no Brasil, como em outros países. 
Como é relação entre vocês, que estão na disputa por uma vaga no programa? Você, por exemplo, ainda não tem renda com a música, mas lá tinha gente com muita estrada...
A minha renda é da profissão de fonoaudióloga, mas também canto. Agora no programa, tinha muita gente que vivia só da música e não conseguiu passar pelas eliminatórias. A gente conhece histórias de vidas com mais de 20, 30 anos de música. E ali, a gente torcia um pelo outro. Não tinha como falar que o meu sonho era maior que o  do outro. Para nós que estamos na música, o reconhecimento é maior que qualquer valor. Todos nós queremos ter o apoio, como eu tive de Fernandópolis, como tenho também da cidade do Prata em Minas, onde moro e trabalho. Temos que acreditar e arriscar. Muitas vezes achamos que o nosso potencial não é  para o programa, imagina alguém de Fernandópolis aparecer em um programa em rede nacional? Por que não? Eu estive lá.
E a fase de duelo?
Foi maravilhoso, foi o que ficou mais marcado para mim. Eu e o Renan Cavolik, cantamos uma música pop, dançamos, fizemos coreográfica, nos divertimos muito. Todos elogiaram muito a apresentação. Foi marcante.
Agora que você passou pelo The Voice, está conhecida no Brasil, dá para dizer quem é a Letícia hoje?
É outra Leticia. Minha vida está mais agitada, os fãs mandam presentes pra mim, estou sendo tietada. Já tenho um número significante de seguidores nas redes sociais. Antes do The Voice tinha cerca de 1,5 mil seguidores. Hoje estou com 11,6 mil. Na primeira vez que apareci no programa, meu celular travou, todo mundo mandando mensagem, porque ninguém sabia que ia aparecer. Tive que guardar segredo. É segredo de estado, veja que gravei a Audição às Cegas antes da Copa. Tive que guardar o segredo. Emagreci seis quilos, tamanha a ansiedade. Tinha que seguir com a vida normal, trabalhando em Prata, na Apae e na Prefeitura. Pessoal perguntava e eu não podia falar nada. Até o dia que apareci. Foi um estouro...
Nesse período em que você esteve com seu técnico Teló e com o time, qual foi o ganho técnico para sua carreira musical?
Escolhi o Michel, queridíssimo, por estratégia. Eles nos dão muitas dicas, tanto o produtor, quanto o Michel. Sempre procurando valorizar o potencial de cada cantor. Me falaram coisas que não tinha notado em mim. Peguei essas informações e estou usando agora no meu dia a dia, em shows. É um crescimento muito grande. A gente aprende demais.
Passado esse furacão do The Voice, como está sua vida agora?
Agitadíssima, procurando conciliar minha profissão com os shows. E o legal é você ser reconhecida. Passei por Rio Preto e Bauru recentemente e fui reconhecida por pessoas. A minha agenda de shows está bombando. Fechei show em Rio Preto, Bauru, Uberlândia. 
O The Voice é a oportunidade que todo cantor espera para decolar na carreira. Como você está lidando com essa possibilidade?
Foi um empurrão para minha carreira. É um degrau que subi. Agora vou lançar duas músicas até o final do ano, gravar clipe, para dar o pontapé no meu trabalho. Vou investir na minha carreira, quero viver da música, que é o sonho que tenho. Tenho 22 anos e seis anos de carreira cantando profissionalmente. Muito feliz e grata por tudo que está acontecendo na minha vida. Por enquanto está dando para conciliar a profissão de fonoaudióloga e música. A minha profissão ainda é necessária, é minha renda e meus boletos vencem todo mês. Mas, para chegar a viver de música precisa de investimento. Vou gravar esse clipe e voltar aqui em Fernandópolis para divulgar esse meu trabalho. 
Você demonstra muita gratidão por tudo na sua vida...
Muita gratidão. Sou muito grata ao projeto Sonhadores pela oportunidade que tive, porque ali foi o pontapé de tudo. Eles acreditaram em mim e isso mostra a importância dos projetos sociais da cidade, porque estimulam as crianças a fazerem coisas diferentes nas artes. A gente não tem noção da importância desse trabalho, Passei também pela Escola da Família onde fiz muito projeto com música. E isso contribuiu muito para a formação musical, como na FEF, onde me formei fonoaudióloga. Os universitários foram meu primeiro público. A dupla Mary e Leticia, ela professora de canto, me auxiliou muito. Isso tudo faz parte da minha história, não tem como não falar, como não lembrar. Então, sou muito grata. Gratidão aos fernandopolenses, por tudo que consegui. Recebi uma Moção de Aplausos da Câmara, Honra ao Mérito de Cidadã Fernandopolense, em reconhecimento por ter representado a cidade. Quando me ligaram sobre qual minha cidade, não tive dúvida, Fernandópolis, eu nasci, cresci aqui. Então tenho muito a agradecer a todos. A diferença no voto popular foi de apenas 3%. A classificada levou 33% do voto popular e eu fiquei com 30%. Veja como isso movimentou a cidade, a região. Foram mais de 2 milhões de votos naquele programa. 
Você já assistiu suas apresentações no programa?
Assisti, no primeiro dia chorei muito, fiquei muito emocionada, passa um filme na nossa cabeça, tudo o que ocorreu até chegar ali. Já vi várias vezes e ainda custo acreditar que sou eu no palco no The Voice. Sem contar a repercussão positiva das pessoas, recebo tantas mensagens carinhosas das pessoas. Pessoas que nunca me viram, que choraram e torceram por mim. Eu quero e preciso que todos continuem seguindo o meu trabalho nas redes sociais. Meu instagran é “@leticiagoncalvesvoz”. Lá tem música, tem muita coisa legal. Vamos pra frente... vem novidade por aí...