Neste final de semana, a Diocese de Jales se coloca em assembléia. Com representações das comunidades, das pastorais, dos movimentos, e a presença dos padres, irmãs e seminaristas, a assembléia procura recolher a totalidade da Diocese, na diversidade de sua composição estrutural e de sua atuação eclesial.
E tradição da diocese de Jales realizar sua assembléia de quatro em quatro anos, para ter um espaço mais consistente de aplicação das decisões e de avaliação dos seus resultados.
Desta vez, a diocese achou por bem desdobrar a assembléia em dois momentos: um agora, e outro no ano que vem, quando a CNBB tiver aprovado suas Diretrizes Pastorais.
Este desdobramento da assembléia tem diversas motivações. A primeira é o desejo de acolher bem as orientações da Conferência de Aparecida, e para isto é conveniente aguardar as Diretrizes da CNBB, que serão aprovadas em sua assembléia anual de abril do ano que vem.
Mas a motivação mais consistente é a convicção de que, desta vez, a assembléia diocesana precisa mergulhar mais fundo, envolver mais as comunidades, renovar as pastorais, integrar os movimentos, animar todos os seus agentes, padres, irmãs, ministros leigos instituídos e todos os membros das comunidades.
Neste sentido, o tempo mais prolongado de assembléia, se destina a proporcionar um espaço maior de reflexão, em vista da consistência das decisões que precisam ser tomadas com conjunto, para serem depois implementadas com mais empenho por todos.
Este primeiro momento da assembléia é dedicado à análise da realidade, para perceber os desafios que ela apresenta hoje para a Igreja, para os cristãos que, de acordo com a Conferência de Aparecida, precisam se identificar como discípulos e missionários de Jesus Cristo.
Portanto, o olhar sobre a realidade já motiva para a intervenção que a fé nos leva a realizar, na perspectiva da missão que recebemos de Cristo, como seus discípulos e seus enviados. Ao retomar a dinâmica do método VER, JULGAR e AGIR, a Conferência de Aparecida insiste na ponderação de que já ao ver a realidade nos colocamos na perspectiva da fé, que ilumina tanto a compreensão da realidade como os desafios que ela coloca para a nossa ação de cristãos.
Neste primeiro momento, a assembléia se debruça sobre a realidade que envolve hoje o povo, e sobre a realidade da Igreja, em concreto, da caminhada de nossa diocese. Pois a ação da Igreja precisa se voltar para as preocupações do povo, para com ele assumir os posicionamentos que a fé nos inspira e nos motiva.
Em vista disto, a assembléia já procura aglutinar de forma dinâmica as observações em forma de constatações, desafios e sugestões. Estes três enfoques serão recolhidos, para servirem de ponto de partida para as decisões que a Diocese esperar assumir na conclusão da assembléia no ano que vem.
Na sua análise da realidade, a Conferência de Aparecida sublinha com insistência a dimensão de mudança, pela qual está passando hoje a humanidade, envolvida pelo fenômeno abrangente da globalização. Esta ênfase da dimensão de mudança se expressa pela afirmação de que estamos numa época não só de muitas mudanças, mas numa mudança de época.
Entre as diferentes dimensões desta mudança de época, está a profunda mudança cultural. É a mudança que atinge mais rapidamente a todos. Como a cultura expressa a forma de cada povo interpretar o sentido da realidade, o núcleo mais profundo da cultura é sempre a expressão religiosa, que procura expressar o sentido mais amplo da vida humana. Pois bem, aí incidem hoje as conseqüências mais diretas do processo de mudanças que estão hoje em andamento. Por isto, a Igreja se sente no turbilhão das grandes transformações em curso.
Por sua assembléia, desdobrada em dois momentos, a Diocese espera discernir bem os desafios da nossa época, e responder a eles com renovada motivação evangélica.