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Aviões interceptados pela FAB colocam a região na rota aérea do tráfico



Aviões interceptados pela FAB colocam a região na rota aérea do tráfico

Por rodovia ou pelo ar, a região é rota para para tráfico de drogas. Nos últimos dois anos, a FAB – Força Aérea Brasileira – interceptou duas aeronaves na região que carregavam juntas mais de uma tonelada de cocaína. 
No dia 5 de junho de 2020, uma aeronave foi forçada a pousar no aeroporto de Fernandópolis com cerca de 500 quilos da droga. No último domingo, aviões da FAB obrigaram aeronave a fazer pouso forçado em área rural de Pontalinda, região de Jales, carregada com 663 quilos de cocaína. 
A interceptação dessas aeronaves é parte da Operação Ostium, para coibir ilícitos transfronteiriços, na qual atuam em conjunto a Força Aérea Brasileira e a Polícia Federal.
De acordo com o Comae - Comando de Operações Aeroespaciais -, os radares do Sistema de Defesa Aérea do Brasil identificam a aeronave entrando no espaço aéreo brasileiro. O alerta é disparado e aeronaves de defesa aérea A-29 Super Tucano são empregadas para monitorar e interceptar o avião que se mostra hostil. É colocado em prática o protocolo das medidas de policiamento do espaço aéreo brasileiro, interrogando o piloto da aeronave. 
No caso em que as aeronaves foram interceptadas na região, elas são classificadas como suspeitas, por não terem plano de voo, conforme previsto no Decreto 5.144, de 16 de julho de 2004. Na sequência, os pilotos da FAB ordenam a mudança de rota e o pouso obrigatório em aeródromo específico. No caso registrado em junho de 2020, o piloto obedeceu a ordem da FAB e pousou a aeronave no aeroporto de Fernandópolis, onde dois homens foram presos. 
Neste caso de domingo, 3, o piloto do avião interceptado, que entrou no espaço aéreo brasileiro pela fronteira do Mato Grosso do Sul, não obedeceu. Foi necessário, então, que a defesa aérea comandasse o tiro de aviso. Sem retorno, a aeronave foi considerada hostil, sendo realizados os procedimentos de tiro de detenção, o que forçou o pouso que aconteceu em área rural de Pontalinda. 
A partir de então, a Polícia Federal assumiu as Medidas de Controle de Solo. Duas pessoas se evadiram antes da chegada dos policiais e na aeronave foram encontrados em torno de 663 quilos de cocaína. Laudo de constatação deu positivo para Cloridrato de Cocaína, a forma mais pura e mais cara da droga. O carregamento foi avaliado em mais de R$ 30 milhões.
Policiais federais desconfiam que o piloto e o comparsa, no intuito de ocultar as provas, atiraram contra a asa da aeronave para incendiar, fato que não conseguiram.
Em entrevista à Rádio Difusora FM, o delegado da Polícia Federal em Jales Alexandre Manoel Gonçalves destacou esse trabalho conjunto. Segundo ele, diferente da interceptação em Fernandópolis em 2020, quando a Polícia Federal com apoio da Polícia Militar, já aguardava a aeronave na pista e prendeu duas pessoas, desta vez o piloto optou por pousar em área rural para empreender fuga aproveitando área de canavial e mata próximos. A Polícia Federal atua agora para identificar os ocupantes da aeronave e a rota (de onde saiu e para onde ia) da aeronave. 
A aeronave com avarias, foi transportada em um caminhão, com o apoio do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Policia Rodoviária e DER até o aeroporto de Jales onde permanece à disposição da Justiça Federal. Policiais militares de São Paulo e Mato Grosso do Sul também deram apoio às diligências no local, inclusive com a participação de dois helicópteros das corporações.
A droga apreendida foi incinerada na terça-feira, 5, na presença dos policiais federais, representantes da Vigilância Sanitária e do Ministério Público Federal de Jales.

Apreensão de drogas em Fernandópolis em junho de 2020