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B.boy tem 11 títulos no Power Moving



B.boy tem 11 títulos no Power Moving
Entregador da Quitanda Nipon, o afro-descendente João César dos Santos, 24 anos, trabalha todos os dias dirigindo a camionete carregada de frutas e legumes. Quando é convidado, faz bicos de modelo para marcas e lojas da cidade e região.
Porém, a verdadeira paixão dele é a dança. Há 11 anos faz parte do movimento Hip-Hop como B.boy. Seguidor do estilo Power Moving, João possui 11 troféus, dentre eles seis primeiros lugares em competições estaduais e nacionais.
“Em um torneio no qual participei fui classificado como o 3º melhor do Brasil”, disse Black. As boas colocações em campeonatos lhe rendem convites para competir. O próximo campeonato em que vai participar é o 4º City vs. City, que será realizado em Ribeirão Preto, no dia 18 de março. A premiação é R$ 100,00 em dinheiro.
“Vou representar Fernandópolis, mas não tenho patrocínio e nem apoio financeiro para viajar”, revelou o B.boy, bi-campeão da competição – 2004 e 2006. Em novembro do ano passado, a falta de dinheiro tirou Johnny de um Torneio em Campinas.
As taxas de inscrições e as viagens pesam no bolso do dançarino. O patrocínio ideal para manter as competições seria de R$ 600,00, destinados também à alimentação e à aquisição de tênis. Segundo Black, devido aos movimentos, um par dura cerca de 6 meses. “Para Ribeirão contabilizo uns R$ 180,00 para comida e transporte”, disse.

Preparação
Por enquanto, João César não tem como sobreviver do Hip-Hop, porém possui projetos para, se apoiado, montar uma escolinha de B.boys destinadas às crianças e adolescentes, fazer faculdade de Educação Física e competir pelo Brasil e pelo Mundo.
Ele adota um visual despojado, roupas largas e sempre com algum adorno na cabeça. O penteado afro de Johnny é produzido pela mãe, que é cabeleireira. “Para o City vs. City, já estou preparando meu estilo”, afirmou ele.
Outro cuidado que o B.boy tem é com a seqüência dos movimentos que executará no campeonato. Há um mês, desde que recebeu o convite de participação, ele treina cinco horas por dia. “Estava de férias, agora vou ter apenas 3 horas”.
O sistema do torneio é de cinco combates individuais. Um participante entra na roda e começa a fazer o movimento logo após o adversário entrar e mostrar as habilidades. Cada um tem duas chances antes de os jurados atribuírem a nota.
A arma de Johnny Black é o repertório de cinco movimentos seqüenciais. Após uma “parada” no alto, o B.boy refaz os passos para o outro lado. A grande dificuldade de execução desse movimento pode dar o tri-campeonato ao fernandopolense.