Os dados são do Instituto Millenium e foram divulgados nesta segunda-feira, 10. O estudo realizado pela revelou que o Brasil gastou 13,7% do PIB - Produto Interno Bruto - em 2019, cerca de R$ 930 bilhões, com servidores públicos federais, estaduais e municipais. Esse valor é o dobro das despesas com educação e 3,5 vezes as despesas com saúde que recebeu apenas 3,9% do PIB.
Com base em dados do FMI - Fundo Monetário Nacional - o instituto informou que entre 64 países pesquisados, em 2018, o Brasil foi o sétimo país que mais gastou com pessoal.
"O país está próximo à Noruega e Islândia e está à frente da Suécia, ambos com PIB per capita - entre 5 e 7,5 vezes mais - e níveis de desenvolvimento muito superiores. Colômbia, Chile e Peru, com realidades mais próximas à do Brasil, têm seus gastos com pessoal mantidos no entorno de 6 pontos do PIB. Nem mesmo França e Alemanha possuem um gasto com pessoal no mesmo patamar que o Brasil esse tipo de encargo. O funcionalismo federal, que é o mais oneroso, custa para o Brasil 4,26% do PIB. Vale destacar também que o país investe apenas 0,20% do PIB em saneamento, de modo que o país tem mais de 100 milhões de habitantes sem acesso a Saneamento Básico, com cerca de 35 milhões deles sem água potável", ", informou o estudo.
No começo do ano, o presidente Jair Bolsonaro informou que enviaria a proposta de reforma administrativa ainda em fevereiro, mas o texto não foi enviado ao Congresso. Ainda segundo o estudo, o percentual de participação dos empregos públicos em relação ao mercado de empregos formais é de 21%.
Conforme o Instituto Millenium, esse nível coloca o Brasil entre os cinco primeiros países, "praticamente empatado" com a França, perdendo apenas para Lituânia, Finlândia, Dinamarca, Suécia e Noruega.
"Ademais, o Brasil vem crescendo abaixo da média dos emergentes desde os anos 90. O Chile, apesar de seus problemas recentes, ainda apresenta renda per capita duas vezes maior que a brasileira. As informações até aqui expostas indicam que os problemas administrativos do setor público têm alguma relação com o desenvolvimento e com a situação fiscal do Brasil", acrescentou o Instituto Millenium.