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Cai número de doações ao orfanato; pode faltar comida para as crianças



Cai número de doações ao orfanato; pode faltar comida para as crianças
Há oito anos, quando a Associação Assistencial Nosso Lar fundou o orfanato de Fernandópolis, vinte crianças eram atendidas pela instituição. O tempo foi passando e atualmente o número de menores dobrou, porém, a verba proveniente de convênio com os governos estadual e federal permaneceu a mesma, sendo insuficiente para manter as atuais quarenta crianças atendidas pela entidade, é o que conta a presidente do orfanato, Elisabete Maria Moro Viana.

Quando a instituição foi criada, a Cozinha Piloto era responsável pela alimentação das crianças. A princípio a comida já vinha pronta para ser servida, porém, a garotada começou a enjoar do tempero e então passaram a enviar a comida in natura e as colaboradoras do orfanato preparavam as refeições, variando o modo de preparar os alimentos.

Tudo caminhava bem, até que em janeiro deste ano, alegando ter que se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal, a prefeitura parou de fornecer os alimentos ao orfanato e para mais doze instituições da cidade. Em contrapartida, a prefeitura passou a enviar mensalmente R$ 1.200,00 - também baseada no número inicial de crianças atendidas pela instituição, ou seja, vinte. Este cálculo foi feito tomando por base duas refeições diárias, a R$ 2,00 cada. Porém, no orfanato as crianças recebem cinco refeições diárias (café da manhã, almoço, café da tarde, jantar e leite antes de dormir).

Bete, como a presidente da instituição é carinhosamente chamada por todos, afirmou que são consumidos diariamente 5 quilos de arroz, 2 de feijão, 5 de carne e 15 litros de leite, o que representa no final do mês um custo de R$ 2.580,00, além de legumes, frutas, verduras, bolachas, óleo, etc. “Isso é só a despesa com alimentação, depois tem os funcionários, água, luz, telefone, produtos de higiene, farmácia, material escolar, manutenção da casa, o que totaliza mais de R$ 11 mil no final do mês”, explica a presidente.

A verba recebida mensalmente dos governos estadual e federal é de R$ 3.300,00, somando com os R$ 1.200,00 da prefeitura, totalizam R$ 4.500,00, o que representa um déficit mensal de R$ 6.500,00/mês.

“Como eu vou falar para uma dessas crianças, que já passou por tantas privações e dificuldades na vida, que não tem um leite com bolacha para ela comer antes de ir dormir? Isso me corta o coração” – desabafa emocionada Bete. Ela conta que no começo a instituição recebia muitas doações de cestas básicas, leite, roupas, mas que agora, elas são raras. (Neste momento da entrevista, muito emocionada, a presidente convidou a reportagem do CIDADÃO para ver uma doação que havia acabado de chegar: eram toalhas, lençóis, fronhas e edredons novinhos doados por Fátima Paiva Ramos e Sônia Nora). “Você está vendo, isso é o que nos motiva a continuar nossa caminhada”, exclamou Bete, que fez um apelo à população para que ajude o orfanato a continuar com o seu trabalho com as crianças abandonadas pela vida.


COMO AJUDAR O ORFANATO
Os interessados em colaborar com o orfanato, podem fazer suas doações na sede da própria entidade, que fica na Rua Silvio Mioto, 848 ou pelo telefone (17) 3442-5959. Podem também ser um sócio contribuinte (mensalmente um funcionário da instituição passa na casa do contribuinte recolhendo a doação – através da emissão de recibo da entidade).

Também será realizada uma quermesse, promovida pelo Rotary Club Fernandópolis, em prol ao orfanato no dia 4 de agosto, no Salão Paroquial da Brasilândia.