Cálculo Renal: freqüente em regiões de clima quente

Apenas quem já sentiu na pele a dor procedente de uma cólica renal sabe como ela é brutal e intensa. Não existem estudos que comprovem a alta incidência e prevalência de casos em Fernandópolis, no entanto, o número de pessoas que procuram a Santa Casa da cidade com sintomas de cólica renal é grande.

“A quantidade de casos teria que ser estudada, porém, a impressão que tenho é que a incidência não é pequena”, disse o urologista Armando José Gabriel.

O médico explica que existem vários fatores ligados ao cálculo renal. Um deles é a falta de hidratação. O urologista explica que a quantidade de líquidos ingeridos durante o dia pode não ser suficiente, o que leva a uma leve desidratação.

“Muitas vezes nós achamos que tomamos uma quantidade suficiente de água, o que pode não ocorrer. Vivemos em uma região quente, transpiramos bastante e a água pode estar sendo usada para o sistema de refrigeração ao invés de ser suficiente para evitar formação de cálculo”.
Os alimentos que ingerimos também podem contribuir para o cálculo renal. O médico adverte que a ingestão de grande quantidade de sal contribui para a doença.

“Nossa região tem o hábito do churrasco. A carne é um alimento com muita proteína e na maioria das vezes tem sal. Ao invés de água é ingerida a cerveja, que tem um efeito diurético, faz a pessoa urinar e ficar levemente desidratada por um bom período”, explicou o urologista.

O médico conta que por muito tempo se pensou que produtos derivados de leite estivessem relacionados à formação de cálculo, no entanto, estudos mais recentes mostram que isso é um mito. Falta de hidratação, região de clima quente e alimentação com muito sal são os fatores mais comuns. Outro fato que contribui para a formação de cálculos é a incidência familiar. As famílias que tem pessoas formadoras de cálculo possuem maior índice de vulnerabilidade para a doença.

Nem sempre a pessoa portadora de um cálculo renal vai apresentar sintomas. Segundo o urologista, ela pode ser absolutamente assintomática, ou seja, não apresentar sintoma algum.
“A pessoa pode procurar o médico por uma infecção urinária e descobrir o cálculo. Mas na maioria das vezes quando os cálculos tendem a migrar para a bexiga e serem expelidos tornam o processo extremamente doloroso”.

Na maioria das vezes quem procura o pronto socorro são os portadores de cólica renal, o que não ocorre nos consultórios, onde pacientes que jamais pensariam em ter cálculo descobrem em um exame de ultra-som ou de urina que possuem a doença.

Alguns procedimentos podem ser tomados para que o cálculo renal seja evitado. O urologista ensina como evitar a formação de cálculos no rim.

“Se a gente conhece alguns fatores que causam a doença, como leve desidratação, porque não tomar mais água? Eu não discuto a qualidade de água, se é uma água de torneira, se é uma água industrializada. O que a gente sabe é que a pessoa precisa se hidratar bem”, diz ele.
O médico acrescenta que um adulto deve tomar no mínimo 3 litros de água por dia em uma região quente como a que vivemos. Na questão da alimentação, a redução do sal é fundamental para quem tem propensão à doença ou já teve cálculo.

“A gente sabe que a formação de cálculo afeta a população adulta de 20 a 40 anos numa maior incidência, mas crianças e idosos podem ter cálculo urinário”.

Quando o paciente não consegue expelir o cálculo na urina a necessidade de uma cirurgia é cogitada. Arnaldo explica que o médico leva em consideração quanto de dor ou incômodo o paciente sente e fundamentalmente quanto o cálculo prejudica o funcionamento daquele rim.
“No caso, um especialista habilitado em tratar cirurgicamente o cálculo, que é um Urologista, vai ser acionado para avaliar caso a caso”, disse Arnaldo.

As opções de tratamento envolvem desde cirurgia com corte, que são feitas cada vez mais raramente, até as cirurgias endoscópicas em que se opera pelo canal da urina com aparelhos cada vez mais modernos e mais sensíveis para fragmentar e tirar os cálculos.