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Câmara discute projeto que pode dobrar preço de corridas por App na cidade



Câmara discute projeto que pode dobrar preço de corridas por App na cidade

Está em tramitação na Câmara Municipal de Fernandópolis um projeto que pode mais que dobrar o preço das corridas por aplicativos de mobilidade urbana no município. A propositura foi lida na terça-feira, 3, pelos vereadores e deve entrar em votação na próxima sessão, dia 10.

A iniciativa, de autoria do poder Executivo, visa regulamentar o serviço que virou febre em Fernandópolis justamente pela comodidade e conforto, aliado à segurança e preço justo. Acontece que a legislação que se propõe pode mais que dobrar os custos operacionais o que irá refletir diretamente no bolso dos passageiros.

Para entender, o projeto traz como obrigatoriedade que todos os carros utilizados no transporte de passageiros por aplicativos tenham no máximo cinco anos de fabricação. O “Toindo”, por exemplo, exige que os carros tenham no máximo dez anos para rodar pela plataforma.

 Com isso, a maioria dos motoristas terá que trocar de veículo se quiser continuar atuando na área. Acontece que, ao contrário dos taxistas, motoristas por aplicativos não possuem incentivos como isenção do pagamento de IPVA, ICMS e IPI, nem descontos na hora de comprar ou trocar veículo que em alguns casos podem chegar a 40%.

“Para dirigir na nossa plataforma o carro deve ter dez anos de fabricação, estar em boas condições, além de ter ar-condicionado e ser quatro portas. Agora exigir que eles troquem de carro a cada cinco anos sem os benefícios que os taxistas possuem é desleal.  Fica muito difícil manter um preço competitivo nessas condições e quem perde são os passageiros”, disse o diretor do Toindo, Fernando Silva.

Além do ano de fabricação, o projeto ainda traz exigências como o pagamento de um seguro parada acidentes pessoais a passageiros e condutores, atestado médico que comprove que o motorista não é portador de moléstia infecto contagiosa, CNH com alteração de que exerce atividade remunerada, cópia do certificado de conclusão ou reciclagem para renovação com aproveitamento em curso de condução de passageiros, inscrição junto ao cadastro municipal de condutores autônomos de veículos de passageiros e outros documentos relacionados ao INSS.

FONTE DE RENDA

Em meio ao triste quadro de 13 milhões de desempregados, somente no Toindo, 70 fernandopolenses encontraram a oportunidade de obter uma boa renda. São pessoas que estavam há meses sem conseguir emprego e que agora conseguem sustentar suas famílias dirigindo o próprio carro. Além dos motoristas que atuam em tempo integral, o aplicativo se tornou fonte de renda extra para o contra turno.

Dos 70 motoristas ativos no Toindo, 75% possuem carro com mais de cinco anos de uso e podem perder sua fonte de renda.

USUÁRIOS

Além de fonte de renda para os motoristas, o transporte por aplicativo movimenta a economia da cidade e traz mais segurança ao trânsito. Hoje são quase 5 mil passageiros ativos na cidade, que utilizam o transporte tanto para trabalhar e estudar como para ir às festas. Com a Lei Seca bem mais rígida, os fernandopolenses optam por chamar um motorista por aplicativo em vez de beber e dirigir.