A campanha eleitoral está nas ruas e um dos maiores desafios dos candidatos é convencer o eleitor a comparecer às urnas em 15 de novembro. A abstenção em meio a pandemia do coronavírus se transformou no grande fantasma das eleições. Esse fenômeno, da insatisfação do eleitor, vem crescendo nas últimas eleições e a pandemia, neste ano, é apenas mais um agravante.
O primeiro impacto da pandemia nas eleições foi o adiamento do pleito, de 4 de outubro para 15 de novembro (1º turno). Agora, é o desafio de realizar a campanha mantendo distanciamento social do eleitor.
A insegurança em relação à pandemia é grande. Em especial, depois que a pesquisa do instituto Datafolha mostrou que 20% dos eleitores consideram, inclusive, não comparecer para votar em 15 de novembro, data do primeiro turno, com receio da contaminação pelo novo coronavírus.
Candidatos enfrentam o “fantasma” da abstenção na “eleição da pandemia”
Conforme levantamento do CIDADÃO, desde 2.000 a abstenção nas eleições municipais em Fernandópolis subiu 111,8%. Em 2.000, 5.792 eleitores deixaram de comparecer às urnas, 13,81% dos eleitores aptos ao voto. Em 2.016, o número de ausentes saltou para 12.271, correspondente a 23,91% do eleitorado, um recorde.
Nas eleições de 2004, 2008 e 2012, o índice percentual da abstenção manteve-se em alta: 15,98%, 16,71% e 19,73%, respectivamente. Da eleição de 2012 para 2016, a ausência de eleitores subiu de 9.860 para 12.27, ou seja, 24,4%.
Quando a abstenção é somada aos votos brancos e nulos, o quadro amplia o cenário preocupante. Aqui, o eleitor foi a seção eleitoral, mas não se motivou a escolher um dos candidatos.
Vejamos: Em 2.000, a soma de votos brancos, nulos e abstenção representou 59.3% dos votos obtidos pelo prefeito eleito, Newton Camargo. Essa proporção aumentou para 74,2% em 2004 na eleição de Rui Okuma. Caiu para 69,8% em 2008 na eleição de Luiz Vilar. Subiu para 91,1% na eleição de Ana Bim em 2012. E, pasmem, chegou a 105,6% na eleição de André Pessuto em 2016, ou seja, o prefeito teve menos voto que a soma dos eleitores que deixaram de votar (abstenção, mais os votos em branco e nulos).
Não comparecer para votar, votar em branco ou anular o voto, mostra um quadro de insatisfação dos eleitores em relação à política, apontam os cientistas políticos. Além desse quadro crescente, os candidatos este ano terão como fator agravante a pandemia. Por fim, só para lembrar, a última eleição em 2018 (presidente, governador, senador e deputados federais e estaduais) a abstenção em Fernandópolis chegou a 27,12%, ou seja, 14.195 eleitores não apareceram às seções eleitorais para votar.