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Ciclistas percorrem 440 km em protesto por leis que garantam segurança durante o pedal



Ciclistas percorrem 440 km em protesto por leis que garantam segurança durante o pedal

Loucura? Não! É revolta mesmo. Inconformados com a morte da jovem Naitielle de Paula Pantano, 33 anos, que foi atropelada ao lado de seu marido enquanto trafegava de bicicleta em uma estrada rural na cidade de Bálsamo, o casal de empresários de Fernandópolis José Augusto Silveira Gonçalves e Carolina Assunção Gonçalves, percorreram 443km de São José do Rio Preto até São Paulo de bicicleta.
O casal não conhecia Naitelle, nem a família dela. “Mas por quê? Por quê protestar se nem conhecíamos eles? A palavra certa é empatia. A morte dessa pessoa pode não ter mudado nada em nossa vida. Mas uma morte assim tão trágica e de forma irresponsável por motoristas despicientes, embriagados e inconsequentes destroem a vida de uma família inteira”, desabafa Zé, como é conhecido o empresário.
Essa viagem já estava nos planos do casal, mas era para ser apenas um desafio pessoal. Depois dessa fatalidade o objetivo ganhou uma causa concreta e o casal decidiu fazê-la como forma de protesto em busca de chamar atenção das autoridades para a criação de leis mais duras contra aqueles que se envolvem em ocorrências com ciclistas e para garantir a segurança de todos nas estradas, ruas e rodovias. “Hoje você pode não pedalar, mas amanhã seus filhos ou netos podem vir a ser um ciclista e eles vão precisar de leis mais seguras e duras contra estes ‘atropeladores’”.
A viagem do casal começou nas primeiras horas de quinta-feira, 21, por volta das 00h10 na avenida Bady Bassit em São José do Rio Preto e terminou às 20h10. Foram 17h45 pedalando por 443 quilômetros. “Um desafio e protesto jamais feito. O principal inimigo nosso eram os motoristas que se sentem incomodados por estarmos pedalando na rodovia ou acostamento. Fizemos quatro paradas para tomar água, ir ao banheiro e almoçar. Foi um percurso difícil, cheio de subidas e descidas perigosas, mas estávamos firmes e com um propósito em mente”, conta.
Segundo o empresário, o momento mais difícil de todo o trajeto foram os últimos 70 quilômetros. “Foi quando passamos pela Bandeirantes dividindo aquelas cinco faixas de rolagem e o acostamento com caminhões, detritos, buracos e carros. Utilizamos todos os equipamentos de segurança como iluminação traseira e dianteira, coletes refletivos, roupa com cor chamativa e conseguimos finalizar sem nenhuma intercorrência. A conclusão do protesto foi simbólica porém contundente, informativa e esclarecedora”, completa.
Ao fim do percurso o empresário disse que a esposa Carolina em algum momento pensou em desistir, mas seguiu firme no propósito. “Precisamos de leis mais duras contra motoristas inconsequentes e contra ‘ciclistas’ que desrespeitam as leis de trânsito. E precisamos pra ontem isso”. Zé também alertou para os benefícios para o a saúde e o meio ambiente ao utilizar a bicicleta como meio de transporte. “Conseguimos mostrar que uma bike, tomando todos os cuidados necessários, pode chegar onde um carro chega e sem incomodar ou atrapalhar ninguém. A bike ‘gera’ saúde, amor e amizade e não polui o meio ambiente”, finaliza.