Desde março deste ano, mês em que começou a pandemia do novo coronavírus, a discussão em torno da necessidade de leitos de UTI para o tratamento de pacientes infectados foi tratada como uma questão inadiável. Apesar dos esforços dos governos Federal, Estadual e Municipal, os números dos boletins revelam um cenário ainda assustador.
Em Fernandópolis, por exemplo, são 28 leitos disponíveis na Ala de Síndromes Gripais da Santa Casa. Criada para atender pacientes diagnosticados com Covid-19 ou com sintomas da infecção, a ala oferece 10 leitos de UTI e 18 de enfermaria, sendo 13 para pacientes pelo SUS – Sistema Único de Saúde – e cinco que atendem pacientes de convênios e particulares.
O sobe e desce dos números passou a ser uma constante. Preocupante mesmo são os números relacionados a ocupação dos leitos de UTI da Ala da Covid-19. Em agosto, dos boletins publicados pela Santa Casa, o menor índice registrado até agora foi no dia 03/08 com 40% dos leitos ocupados. A partir de então, a taxa ficou acima de 60%, sendo que na última semana, esse índice subiu para 100% e não baixou mais.
Na enfermaria, com 18 leitos clínicos disponiveis, a situação não é tão preocupante. Ainda não atingiu a lotação máxima desde que foi inaugurada. A taxa de ocupação em agosto tem variado entre 44% e 88%, seguindo a mesma tendência de alta no decorrer do mês. Ontem, contudo, a ala estava com 95% de ocupação. Vale ressaltar que a Santa Casa de Fernandópolis recebe pacientes de outras cidades da região.
Agora o paradoxo. Enquanto a ocupação de leitos sobe , a de novos casos de Covid-19, despenca. Fernandópolis registra nesta semana desaceleração da doença, com queda de 48,8% no comparativo com a semana anterior.
No panorama das últimas quatro semanas que compreendem o mês de agosto, no período entre 01 a 07/08 foram registrados 218 novos casos de Covid-19, enquanto que a taxa de ocupação na UTI variou entre 40% e 60% dos leitos.
Na semana seguinte, entre 08 ao 14/08 foram diagnosticados mais 196 pacientes com a doença com índice de ocupação variando entre 80% e 90% dos leitos da UTI. Já na terceira semana que compreende o período entre os dias 15 ao 21/08, foram 215 pacientes infectados com o vírus enquanto que a taxa de ocupação na UTI variou entre 80% e 100%.
Nesta semana entre os dias 22 a 28/08, foram registrados mais 116 casos queda de (54%) no comparativo com a semana anterior. Cenário diferente na Santa Casa, onde a UTI está com lotação máxima desde a segunda-feira, 24, enquanto que na enfermaria a taxa de ocupação variou entre 66% e 94% dos leitos disponíveis.
Nesta sexta-feira, 29, por exemplo, conforme dados divulgados pela Santa Casa, na enfermaria do SUS estavam internados oito pacientes de Fernandópolis, dois de Meridiano e um (cada) de Mira Estrela e Ouroeste. Cinco (quatro de Fernandópolis e um de Estrela d´Oeste) estavam internadas na enfermaria através de convênios.
Na UTI, 10 pacientes internados (quatro de Fernandópolis, dois de Meridiano, dois de Ouroeste, um de Macedônia e outro de São Joâo de Iracema).
Para não comprometer o atendimento e não sobrecarregar a equipe em decorrência da grande demanda, o prefeito de Fernandópolis, André Pessuto, autorizou a contratação de mais 26 profissionais da saúde para os cargos de enfermeiros, técnicos de enfermagem e farmacêuticos. As contratações mesmo em caráter temporário têm como objetivo reforçar as equipes de atendimento contra Covid-19 na Santa Casa e UPA – Unidade de Pronto Atendimento.
Cidade tem queda de casos de Covid, mas UTI vive semana de superlotação
FASE LARANJA
Apesar dos apelos para a região avançar para a fase amarela do Plano SP de flexibilização da quarentena, região foi mantida fase laranja.
A atualização do plano de flexibilização, como o governo costuma classificar, será na próxima sexta-feira, 4 de setembro.
