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Cinco vereadores votam pelo nepotismo em Fernandópolis



Cinco vereadores votam pelo nepotismo em Fernandópolis
Uma manobra sutil, durante a sessão de terça-feira, levou à rejeição do projeto de Lei que propunha o fim da prática do nepotismo no município de Fernandópolis. Certamente colocando o corporativismo e os interesses pessoais adiante do interesse público – em contraste com o que dispõem a Constituição, as leis ordinárias ou mesmo qualquer manual de administração pública – alguns vereadores de Fernandópolis mantiveram o status quo de parentes que ocupam postos na administração.

O projeto, que dormitou por longas semanas nas gavetas do Legislativo, foi inesperadamente inserido na Ordem do Dia, com a dispensa das formalidades legais. Os articuladores se aproveitaram do fato de que a vereadora Maiza Rio estava viajando. Warley Campanha de Araújo pediu a inclusão do projeto na sessão, Ademir de Almeida passou a presidência para Etore Baroni, e Milton Bortoleto – raríssimas vezes visto na tribuna, o que até provocou uma correria de fotógrafos em busca do flagrante quase inédito – defendeu a rejeição do projeto, sob a alegação de que “em cidades pequenas costuma haver mescla (sic) entre as famílias e todo mundo é parente de todo mundo”.

Bortoleto, depois de contar o caso de sua prima que se casou recentemente com um funcionário da prefeitura, o que poderia custar o cargo do servidor, encerrou dizendo que “votaria pela rejeição com a maior tranqüilidade do mundo”.

Em contrapartida, Alaor Pereira Marques disparou: “Assim como não existe mulher meio grávida, não existe meio nepotismo”. Francisco Albuquerque também bradou contra a manobra, mas os cinco votos finais – de Ademir de Almeida, Warley, Pedro de Toledo, Enfermeiro Manoel e Bortoleto – venceram os três de Alaor, Francisco e José Carlos Zambon.