Uma manobra sutil, durante a sessão de terça-feira, levou à rejeição do projeto de Lei que propunha o fim da prática do nepotismo no município de Fernandópolis. Certamente colocando o corporativismo e os interesses pessoais adiante do interesse público em contraste com o que dispõem a Constituição, as leis ordinárias ou mesmo qualquer manual de administração pública alguns vereadores de Fernandópolis mantiveram o status quo de parentes que ocupam postos na administração.
O projeto, que dormitou por longas semanas nas gavetas do Legislativo, foi inesperadamente inserido na Ordem do Dia, com a dispensa das formalidades legais. Os articuladores se aproveitaram do fato de que a vereadora Maiza Rio estava viajando. Warley Campanha de Araújo pediu a inclusão do projeto na sessão, Ademir de Almeida passou a presidência para Etore Baroni, e Milton Bortoleto raríssimas vezes visto na tribuna, o que até provocou uma correria de fotógrafos em busca do flagrante quase inédito defendeu a rejeição do projeto, sob a alegação de que em cidades pequenas costuma haver mescla (sic) entre as famílias e todo mundo é parente de todo mundo.
Bortoleto, depois de contar o caso de sua prima que se casou recentemente com um funcionário da prefeitura, o que poderia custar o cargo do servidor, encerrou dizendo que votaria pela rejeição com a maior tranqüilidade do mundo.
Em contrapartida, Alaor Pereira Marques disparou: Assim como não existe mulher meio grávida, não existe meio nepotismo. Francisco Albuquerque também bradou contra a manobra, mas os cinco votos finais de Ademir de Almeida, Warley, Pedro de Toledo, Enfermeiro Manoel e Bortoleto venceram os três de Alaor, Francisco e José Carlos Zambon.