Meio Ambiente

Com chuva abaixo da média, região enfrenta seca extrema, diz Monitor de Secas



Com chuva abaixo da média, região enfrenta seca extrema, diz Monitor de Secas

A região noroeste enfrenta seca extrema neste início de ano, aponta o Monitor de Secas, serviço operado pela ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. A última atualização aponta que houve um avanço de seca grave na região noroeste em consequência das chuvas abaixo da média e da piora nos indicadores. 
Desde novembro, com a entrada de São Paulo no Mapa do Monitor, 100% de seu território registra seca.
A situação é mais grave na região de Fernandópolis com o baixo índice pluviométrico registrado no bimestre janeiro/fevereiro. O quadro é comprometido pela irregularidade da chuva, conforme registros de estações do Ciiagro através do portal Agrometeorológico e Hidrológico do Estado. 
Em Fernandópolis, a estação hidrológica registrou em janeiro chuva acumulada de 96,47 milímetros. Em General Salgado, 60 km ao sul de Fernandópolis, o índice foi mais que o dobro, 201,43 mm. Em fevereiro, Fernandópolis voltou a captar índice baixo de chuva, 95,26 mm, enquanto em Santa Fé do Sul, a oeste, o pluviômetro registrou índice de 186,17mm. 
O acumulado de chuva em janeiro e fevereiro registrado pela estação hidrológica do Ciiagro, foi de 191,53 mm. Esse volume é 42% menor na comparação com o mesmo período de 2020 (332,75 mm), 53% a 2019 (408,68%) e 69% a 2018 (627,69%). A irregularidade da chuva foi tão marcante que produtores rurais da região no entorno de Fernandópolis chegaram a contar 36 dias sem chuva entre janeiro e fevereiro. 
O impacto do baixo índice de chuvas pode ser notado na represa da Usina Hidrelétrica de Água Vermelha, na região de Fernandópolis, que praticamente no final do período das chuvas, está com volume útil de 20,8%, quando neste mesmo período em anos anteriores, apresentava índice acima de 70%, próximo do limite máximo.  
Tanto as precipitações abaixo da normalidade quanto as temperaturas acima da média contribuíram para esse cenário apontado pelo Monitor do Tempo, como de seca severa. Apenas no sudoeste de São Paulo ocorreu melhora, com suavização da seca, devido às precipitações acima da média. Nos últimos 15 dias, compreendendo a última semana de fevereiro e primeiro de março, o volume de chuva melhorou. 
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
ACOMPANHAMENTO NACIONAL
Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor agora abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, Tocantins, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. O processo de expansão continuará em 2021 até alcançar todas as 27 unidades da Federação. O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que atuam em sua elaboração.
O Monitor de Secas é coordenado pela ANA - Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico -, com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. Em São Paulo o DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica -, o Instituto Agronômico de Campinas e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo são os órgãos que atuam no Monitor de Secas. 
Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, historicamente a região mais afetada por esse tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou menor grau por secas, foi iniciada a expansão da ferramenta para incluir outras regiões.