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Com déficit atuarial, Fernandópolis tem baixa efetividade na gestão previdenciária



Com déficit atuarial, Fernandópolis tem baixa efetividade na gestão previdenciária

Os 219 municípios do Estado de São Paulo, incluindo Fernandópolis, que possuem RPPS - Regime Próprio de Previdência Social - investiram, no exercício de 2020, mais de R$ 66,3 bilhões no sistema de seguro social que ampara servidores públicos titulares de cargos efetivos. É o que aponta o IEG-Prev Municipal- Índice de Efetividade da Previdência Municipal – do Tribunal de Contas criado em 2018. Os números lançados são relativos a 2020. Pelo índice, Fernandópolis tem baixo índice de efetividade de gestão previdenciária devido ao déficit atuarial com o Iprem – Instituto de Previdencia Municipal.  
Segundo os dados, 90% do total de 219 municípios com regime próprio de previdência, ou seja, 198, cumpriram as exigências trazidas pela Emenda Constitucional nº 103/2019 em relação à alíquota de contribuição patronal. Entretanto, quase a metade (97, ou 44%) não adequou as alíquotas de contribuição dos servidores para, no mínimo, 14%, ou adotou a alíquota progressiva.
Além disso, 80% (175) apresentavam, em 2020, um déficit atuarial de R$ 25,6 bilhões, e 76% (166) possuíam parcelamentos, com um endividamento dos municípios com RPPS que chegava à cifra de R$ 5,8 bilhões. 
No caso de Fernandópolis, o elevado déficit atuarial dá causa a gestão de baixa efetividade. Recentemente a Câmara Municipal aprovou um novo plano de amortização do déficit técnico atuarial do Iprem, com previsão de pagamento até 2053. Até lá o município desembolsará cerca de R$ 190 milhões, sem contar os inúmeros imóveis que a prefeitura já transferiu para o Instituto de Previdência para amortização desse déficit. Também autorizou o Executivo a implantar a Previdência Complementar para os servidores que quiserem garantir benefícios acima do teto do INSS.
Entre todas as Administrações paulistas que possuem RPPS, apenas quatro foram classificadas pelo TCESP - Tribunal de Contas do Estado de São Paulo - como altamente efetivas: Guaraci, Indaiatuba, Piracicaba e Sorocaba. 
Na região, Catanduva e Rio Preto estão com índice B+, Votuporanga, Ouroeste e Meridiano, B; Fernandópolis e Jales, C. 
Em 2020 (coleta em 2021), demonstra que, na consolidação dos resultados, 37% dos municípios que possuem RPPS possuem uma gestão previdenciária efetiva (Faixa de Resultado B), seguido por 26% (cor laranja) de municípios com Baixo Nível de adequação (Faixa de Resultado C) onde está Fernandópolis, 17% (cor amarela) foram classificados em fase de adequação (Faixa de Resultado C+), 18% (cor azul) como gestão muito efetiva (Faixa de Resultado B+) e 2% (cor verde) como gestão altamente efetiva (Faixa de Resultado A).
Criado em 2018, o indicador avalia a atuação dos RPPS em diversas áreas, dando ênfase à situação atuarial e à administração dos investimentos.
A presidente do TCESP, Conselheira Cristiana de Castro Moraes, destacou a preocupação da Corte com a análise da gestão dos recursos relacionados à previdência social. “Temos a convicção de que todas essas ferramentas fornecerão uma visão de longo prazo, no que tange à evolução da gestão previdenciária dos municípios, uma vez que elas permitirão nortear os pareceres e os julgamentos do Tribunal e contribuirão para o fiel cumprimento das obrigações legais e o aperfeiçoamento dos recursos da gestão previdenciária pelos municípios do Estado”, destacou a presidente.