Saúde

Com leishmaniose, 124 cães já foram eutanasiados este ano em Fernandópolis



Com leishmaniose, 124 cães já foram  eutanasiados este ano em Fernandópolis

Em meio a “Semana Nacional de Controle e Combate às Leishmanioses” até o dia 10 de agosto o CCZ – Centro de Controle de Zoonoses de Fernandópolis – divulgou dados sobre a doença que atinge animais e seres humanos. Ela é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. Em meio a pandemia do coronavírus, o CCZ quer alertar sobre os perigos da doença.

De acordo com dados do CCZ este ano, de janeiro a junho, foram realizados 867 testes rápidos em cães, com 238 resultados reagentes para a leishmaniose. Os animais fizeram outros testes confirmatórios por meio do exame Elisa, com resultado de 142 cães positivos para a doença até o mês de junho. Deste total, 124 deles foram eutanasiados, outros cinco estão em tratamento.

“O tratamento dos animais é muito complexo porque o dono do animal precisará dedicar-se à recuperação do cão enquanto ele viver. Alguns respondem de forma satisfatória ao tratamento, outros não, depende da característica individual do animal. Depois do diagnóstico, ele vai precisar ser acompanhado durante toda a vida. Em muitos casos, a eutanásia é o melhor procedimento indicado para acabar com o sofrimento do cão”, informou o veterinário Mileno Tonissi, que está afastado do cargo, por conta da legislação eleitoral.

A Leishmaniose Visceral é transmitida por meio da picada de insetos conhecidos popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi, causador da Leishmaniose Visceral.

O mosquito transmissor faz o seu ciclo de reprodução na matéria orgânica em decomposição no solo, como frutas, folhas e fezes de pessoas e animais. Para saciar sua necessidade de sangue, a fêmea busca uma fonte animal ou humana. Normalmente, no meio urbano, a fonte animal é o cão, que é extremamente sensível e vulnerável à ocorrência leishmanionse visceral. A doença é muito letal na população canina.

“A Leishmaniose é uma doença grave que pode levar cães e humanos à óbitos, caso não seja tratada adequadamente e em tempo oportuno”, destacou Tonissi.

Nos animais, os sintomas da doença, são: emagrecimento, queda de pelos, crescimento e deformação das unhas, paralisia de membros posteriores, desnutrição, entre outros. O CCZ de Fernandópolis oferece o exame gratuitamente aos cães do município.

PREVENÇÃO

Para evitar que o cão adoeça, é possível utilizar coleiras e também há vacina disponível. Também é importante evitar o acúmulo de lixo orgânico (folhas, frutos, restos de galhos) nos quintais, mantendo sempre limpas as áreas próximas às residências e os abrigos de animais domésticos e evitar a criação de galinhas nos quintais.

EM HUMANOS

A leishmaniose é uma das seis doenças tropicais de maior relevância mundial. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas vivem em áreas endêmicas para as leishmanioses no mundo sob o risco de infecção, dentre as quais, mais de 600 milhões estão sob o risco de adquirir leishmaniose visceral, potencialmente fatal. São estimados, anualmente, mais de 300 mil casos novos de LV no mundo, com mais de 20 mil mortes. A infecção pode manifestar de forma moderada a grave, provocando sintomas como anemia, febre contínua, aumento do baço e fígado comprometendo as funções hepática e renal.