A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara deverá votar nesta quarta-feira, 20, o projeto de lei que define regras para a instalação e o monitoramento de fontes emissoras de radiação eletromagnética, como as antenas de telefonia celular, que já somam mais de 30 mil em todo o país.
O relatório do deputado JUlio Semeghini (PSDB-SP), presidente da Comissão, substitutivo ao PL 2576/2000, do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) e apensados (PL 4399/2001, PL 4505/2001, PL 5241/2001, PL 4587/2001, PL 5843/2001 e PL 6835/2002), estabelece áreas críticas, em um raio de 50 metros de hospitais, clínicas, escolas, creches e asilos, onde deverá haver um monitoramento permanente, em tempo real, desse tipo de equipamento.
O substitutivo também cria o Conselho Nacional de Bioeletromagnetismo e define normas para um controle dos limites à exposição humana a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos. As antenas localizadas fora das áreas críticas também terão que ser monitoradas com medições a cada cinco anos.
Como referência para garantir a proteção da saúde e do meio ambiente no território nacional, o projeto se baseia nos limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a exposição ocupacional e da população em geral a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos gerados por estações transmissoras de radiocomunicação por terminais de usuário e por sistemas de energia elétrica que operam em faixas até 300 GHz. O projeto abrange não só as prestadoras de serviço que se utilizarem de estações transmissoras de radiocomunicação, mas também os fornecedores de terminais de usuário comercializados no País e as concessionárias, permissionárias e autorizadas de serviços de energia elétrica, afirma Semeghini.
Segundo o deputado, a nova legislação é importante para que uma entidade representativa (Conselho Nacional de Bioeletromagnetismo) estude a evolução da tecnologia, faça pesquisas e acompanhe os debates internacionais sobre o assunto, e dê maior transparência ao tema interagindo com a sociedade.
O projeto estabelece ainda regras de fiscalização para assegurar que as fontes eletromagnéticas fiquem dentro das especificações legais e que as agências responsáveis pela fiscalização tenham poder de penalizar quem descumprir a lei.