Economia

Construção civil enfrenta aumento de preços e escassez de materiais



Construção civil enfrenta aumento de preços e escassez de materiais

Mesmo com obras de todos os tamanhos espalhadas pela cidade, as queixas são as mesmas tanto de proprietários de lojas de materiais de construção, como dos profissionais do setor. A construção civil vive desde o último trimestre de 2020, uma escassez de materiais, sobretudo, tijolos, ferro e cimento.

Empresários do setor da construção civil apontam também o aumento de preços de materiais. Dados da Fundação Getúlio Vargas mostram que os preços do material de construção subiram 19,60% no ano passado. A alta de alguns insumos ficou acima de 50% no último trimestre de 2020. Para a CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção -, trata-se da “maior alta” registrada em todo o período pós Plano Real. Entre os insumos que mais têm pressionado as empresas, a CBIC destaca aço, cimento, PVC, cabeamentos de cobre e blocos de cerâmica.

Em Fernandópolis, o empresário Carlos Eduardo, da Kza e Cia, contou que o seu depósito de materiais ainda enfrenta algumas dificuldades para normalizar o abastecimento de todos os itens. Ele conta que a parte de piso, por exemplo, ainda não regularizou e que o material hidráulico continua faltando com muita frequência.

Outra preocupação do empresário são os preços de alguns insumos como é o caso da ferragem que subiu muito e se mantém alto.

“Tem muito atacadista que nem atende a gente mais. Outros, fraccionam na hora de fazer uma compra porque falta material. Maquinas elétricas estão caríssimas e a gente não encontra no mercado”, conta Carlos Eduardo.

Quando questionado sobre oferta do cimento, ele diz que este insumo nunca teve problema no abastecimento. Já o tijolo, embora tenha o abastecimento normalizado, o preço passou de R$ 580 para R$ 1,1 mil o milheiro. Situação que se repete com a ferragem que agora já consegue comprar, mas que o preço alto continua sendo o grande problema. Sobre a previsão de normalização no abastecimento, Carlos Eduardo contou que algumas fábricas já informaram que só conseguem regularizar o abastecimento a partir do segundo semestre deste ano.

“O que mais impactou foi o fechamento das fábricas por causa da pandemia. Tinha fábrica que atendia cerca de 15 mil fornecedores. Foram notificadas por conta da pandemia e o governo mandou fechar [por meio de decretos publicados no decorrer de 2020]. Mudou o formato do Serviço de Inspeção e essas fábricas ficaram quase cinco meses fechadas. A fábrica da Lorenzeti ficou 40 dias fechada e tem fábrica, principalmente de tintas, que até hoje não voltou com 100% do seu efetivo”, relatou o empresário.

Enquanto a situação não é regularizada, os profissionais da construção civil, sobretudo, os pedreiros e serventes torcem para que não precise ficar mais dias parados aguardando o material chegar dos depósitos da cidade. Já para os empresários, as preocupações vai muito além já que temem falha no fornecimento dos insumos e alta elevada no preço dos principais itens consumidos pelo setor.