Como tem sido difícil conjugar o verbo “acreditar” ultimamente. Acreditar significa depositar a sua fé, confiar, aceitar a veracidade de. Com o excesso de informação e de cinismo que temos visto, estamos longe de sabermos o que é verdade.
Na questão da pandemia, por exemplo, ao lermos um jornal ou assistirmos a um deles, ficamos totalmente perdidos: temos que tomar vacina? Qual vacina? De qual laboratório? Há interesses escusos por trás dessas escolhas? Acabo de ver uma entrevista com o neurocirurgião Paulo Porto, no programa do “Pânico”; ele nos faz acreditar que os efeitos colaterais da vacina são de mais de 5%; teríamos que abrir hospitais para acolher os pacientes que terão esses efeitos colaterais. Como somos leigos nesse assunto, ficamos entregues a quem está politizando a doença.
O senador de Roraima, Chico Rodrigues, pego com o dinheiro na cueca, gravou um vídeo se justificando, dando sua versão dos fatos. Disse que invadiram sua casa, ele acordou com pessoas estranhas em seu quarto; naquele momento, só pensou em salvar o pagamento de seus funcionários. É de dar pena; a gente quase acredita! Mas nem tudo está perdido, seu filho é quem vai assumir seu lugar no senado.
Uma mulher, em Campinas, colocou o companheiro numa cadeira de rodas e foi até a agência bancária sacar o benefício dele. Lá disse que ele estava passando mal e pediu ajuda. Foi constatado que o homem estava morto fazia 12 h. Dá para acreditar?
Eduardo Paes saiu como candidato a prefeito no Rio de Janeiro, quem diria? Nosso governador, João Dória, diminuiu a salário dos funcionários públicos aposentados, dá para acreditar? Mas se isso ocorreu, é porque muitos compactuaram. É preciso coragem e ousadia – no pior sentido dessas palavras – para “avançar” no dinheiro de aposentados. Agora teve R$ 29 milhões em bens bloqueados em ação por improbidade administrativa. Quero muito acreditar que isso não vai acabar em pizza.
Ficaria a noite inteira citando fatos esdrúxulos que têm acontecido em nosso país que nos impactam pelo cinismo. Vejo tudo isso e, sinceramente, custa-me acreditar.