Vivemos a ilusão de que as máquinas vieram para facilitar nossas vidas. Entretanto, muitas situações provam que isso não é bem assim. Alguém já disse que o computador surgiu para resolver problemas que nós não tínhamos.
Imagine você numa bela manhã da segunda-feira, descobrir que seu portão eletrônico queimou e você não sabe onde fica a chave do cadeado. Apavora, sua, xinga e o pior, atrasa no trabalho.
Aquela pesquisa complicada, longa, que você demorou dias para fazer, de repente, se perde porque seu computador travou e você não sabe como resolver esse problema. Ou então, às duas da manhã, terminado aquele documento importante e, com prazo de entrega, ao tentar imprimi-lo, você descobre que acabou a tinta da impressora.
Mas pode ser com o celular. Por um descuido qualquer, cai no vaso sanitário e, de uma hora para outra, a agenda de contatos que você levou dois anos para organizar simplesmente desaparece. Nessa hora, percebemos que ficamos tão dependentes do aparelho que não sabemos de cor nem o número do celular dos filhos. Aí, só resta sentar e chorar...
Ao meio dia, você sai do trabalho exausto, com vários compromissos para a tarde, mas na primeira esquina, o motor do carro afoga. Depois de muitas tentativas, nada, nem sinal! Um dia sem carro - para consertar o motor - já é suficiente para nos tirar do eixo.
No domingo à noite, você resolve fazer um risoto caprichado e quando faltam dez minutos para ficar pronto, acaba o gás. Por ser domingo, muitos depósitos estão fechados; ninguém sequer atende o telefone. Fala sério, hein?
Naquele dia bem frio, depois de tomar coragem e entrar no banho, já com o corpo ensaboado e os cabelos cheios de shampoo, a resistência do chuveiro queima. Já pensou?
Estamos completamente dependentes da máquina. Se está funcionando, nossa vida segue em paz, mas se um desses aparelhos quebra, nossa rotina vira de cabeça pro ar. E, como percebemos os riscos todos, começamos a comprar um segundo celular; um segundo notebook ou então um tablet; uma segunda impressora... e por aí vai.
Demoramos para descobrir que segurança, no sentido de estabilidade, não existe. A receita é não pensar muito e ficar o menos possível refém das máquinas; lembrar sempre quem está no comando e não deixar a situação se inverter.