Educação

Descarte irregular de merenda segue impune



Descarte irregular de merenda segue impune

O flagrante de desrespeito feito pela equipe do CIDADÃO, em setembro do ano passado, permanece impune. No dia 22 daquele mês, nossa equipe de reportagem encontrou numa estrada rural - nos fundos do Bairro Jardim Paraíso - dezenas de caixas de leite da merenda escolar, distribuídas pelo governo do estado de São Paulo, ainda dentro do prazo de validade, descartados em meio ao lixo.
À época, ao ser questionada pelo CIDADÃO, a secretaria estadual de Educação afirmou que: “a equipe que administra o serviço de merenda da Secretaria da Educação irá instaurar um processo de investigação interna para apurar a procedência dos alimentos. A empresa responsável pela distribuição da merenda encontrada também será notificada e deverá responder à averiguação”. 
Porém, quase quatro meses após a denúncia, a mesma secretaria não sabe sequer informar o andamento da mencionada sindicância.  Inquirida, desde o início de dezembro, a assessoria de imprensa do órgão responsável pela educação do estado, não conseguiu fornecer informações de onde o produto teria saído nem quais punições serão impostas. 
 O CASO 
A denúncia foi feita por um munícipe, que passou pelo local e ficou abismado ao ver caixas timbradas do governo do estado de São Paulo de uma bebida láctea com polpas de fruta sabor morango, da marca Ibiturana, jogadas no canto da estrada, já conhecida pelo acúmulo irregular de lixo e entulhos.
Embora o material estivesse praticamente decomposto, ainda era possível ler as informações da Secretaria Estadual da Educação que também estão explícitas em um dos lados da caixinha da bebida de 200ml. No local, a cerca de 100 metros da saída do bairro mais distante do local, onde se concentra a maior parte do lixo, havia aproximadamente 11 caixas com 27 unidades cada. A bebida é fabricada em Governador Valadares.
Na caixa consta ainda o disk-merenda e o canal de ouvidoria da Secretaria Estadual para possíveis irregularidades. Nas informações da “Alimentação Escolar”, constam alguns cuidados como: Armazenamento em local limpo, seco e arejado, protegidos de insetos e roedores, dentre outras orientações para manutenção do produto em bom estado que não foram seguidas.
NÃO SÃO DAQUI
À época a secretaria de Educação, por meio de comunicado em resposta à reportagem do CIDADÃO, assegurou que “os alimentos flagrados pela reportagem não foram distribuídos a qualquer unidade de ensino da cidade, já que as refeições servidas nas unidades da rede estadual localizadas nos 15 municípios que compõem a Diretoria Regional de Ensino de Fernandópolis - Estrela d’Oeste, Fernandópolis, General Salgado, Guarani d’Oeste, Indiaporã, Macedônia, Magda, Meridiano, Mira Estrela, Ouroeste, Pedranópolis, Populina, São José das Duas Pontes, São João de Iracema e Turmalina- são fornecidas de maneira descentralizada, pelas prefeituras”.
De acordo com o órgão estadual, as prefeituras da região recebem uma subvenção para adquirir os alimentos e o que mais intriga é que os municípios mais próximos de Fernandópolis dentre aqueles que possuem a merenda escolar centralizada, ou seja, recebem o “Alimento Escolar” em questão ficam a cerca de 600 km de distância.