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Dia Mundial do Doador de Medula Óssea é para ser celebrado em Fernandópolis



Dia Mundial do Doador de Medula Óssea é  para ser celebrado em Fernandópolis

Um gesto que vai muito além de uma simples atitude de solidariedade para com o próximo. A doação de medula é vista por pacientes, doadores e médicos como sendo uma atitude que salva vidas. Quem já esteve em qualquer um desses lados conhece bem o final da história, de quem doa e de quem recebe.  O Dia Mundial do Doador de Medula Óssea é comemorado no terceiro sábado de setembro.
E Fernandópolis, em 2020, tem motivos de sobras para comemorar a data. Os personagens da celebração são Marcelo Melo e Lilian Lima. O primeiro, um doador. O segundo, um receptor. Os casos não se cruzam, a não ser por um sentimento: gratidão. 

DOADOR

DOADOR

O comerciante fernandopolense Marcelo Melo foi doador de medula óssea no mês de fevereiro. Apesar de não saber nada a respeito do receptor, ele ainda lembra bem e até brinca com a situação quando o Hemocentro do Rio de Janeiro entrou em contato com ele pela primeira vez. Desconfiando de que poderia ser um golpe ou trote, ele disse que teve medo de atender e dificuldade para acreditar que a ligação era de fato do Hemocentro.
“Você fica com uma pulga atrás da orelha quando vê alguém do Rio de Janeiro te ligando. Mas procurei saber direito se era mesmo a verdade e o Hemocentro disse que sim”, brincou Marcelo.
Depois de confirmar que o contato não se tratava de um trote, Melo disse que ficou ansioso até o dia do procedimento. Quanto a recuperação, ele achou que foi bem simples rápida. Tão rápida que apenas uma semana de repouso já foi suficiente para torná-lo apto ao retorno de suas atividades diárias. Já sobre a experiência, ele fala com a consciência de quem sabe que fez a coisa certa.
“Para mim foi maravilhoso. E se precisar passar por outra situação dessas, vou de novo. Repito o ato com muito amor. E não mediria esforço para repetir essa doação”, revelou Melo.
Após se cadastrar como doador voluntario, Marcelo Melo teve que esperar durante seis anos até ser chamado. E quando foi convocado, disse sim imediatamente. 
“É muito gratificante saber que eu fui privilegiado em poder ajudar o próximo. E o meu desejo é que as pessoas também fizessem parte desse processo indo ao Hemocentro para fazer o cadastro para poder fazer o que eu fiz. Para quem vive com essa doença, sabe o quanto ela é dolorosa e a luz que existe no fim do túnel é o doador voluntário”, concluiu Marcelo Melo.

RECEPTOR

RECEPTOR

A enfermeira fernandopolense Lilian Alves de Lima, de 33 anos, esperou cerca de oito meses por um doador de medula óssea compatível. E quando o encontrou, expressou a sua alegria de todas as formas possíveis. Fé, gratidão e esperança se misturaram para formar a melhor definição do que ela mesma vem chamando de milagre. 
“Gratidão ao meu doador que salvou a minha vida, que vai salvar a da minha filha e a da minha família e de todos aqueles que me amam. Sou muito grata a tudo que a minha família tem feito”, destacou.
A fé inabalável e o otimismo de que tudo terminaria bem transformou Lilian no símbolo de perseverança na luta contra uma doença quase implacável. No caso dela, a vitória dessa vez foi da paciente, graças à uma série de fatores, dentre eles, a generosidade do doador, como ela mesma faz sempre questão de destacar como forma de gratidão. 
“Obrigado Deus, obrigado família, obrigado meu doador e obrigada a todos que estão comigo em oração e em auxílio”, concluiu Lilian. Ela está em recuperação após o transplante realizado no mês passado. 

MOBILIZADOR

MOBILIZADOR

Ele fez de uma perda familiar, a razão para deixar um grande legado a população fernandopolense. O fundador do Projeto Seja um Herói, Claudio Azevedo, perdeu um filho, João Pedro Azevedo, na luta contra a leucemia. Mas, apesar da dor e da tristeza deixadas pela partida precoce do filho, ele transformou esses sentimentos em desejo de ajudar outros pacientes que sofrem de problemas de saúde similares. 
“É preciso que a população se conscientize da importância do ato de doar medula óssea. Hoje é com um desconhecido, mas amanhã pode ser com algum amigo, parente próximo ou até mesmo você”, destacou Cláudio.
Desde fevereiro de 2013, ano em que realizou a primeira campanha, o Projeto Seja um Herói vem mobilizando pessoas tanto para ser doador voluntário de medula óssea e de sangue. Apesar dos esforços nas esferas municipal, estadual e nacional, de acordo com informações do Redome - Registro de Doadores de Medula Óssea no Brasil - o número de doações de medula óssea caiu 30% de janeiro a julho com relação ao mesmo período do ano passado. Neste ano foram cadastrados 136.754 novos doadores, totalizando 5.212.391 cadastrados no sistema.
“Atualmente, há 850 pacientes na fila de espera para o transplante de medula com a doação de não aparentados, ou seja, aquelas em que o doador não tem nenhum grau de parentesco com o receptor”, Disse Cláudio Azevedo.