Uma nova campanha de vacinação contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos vai começar no Estado de São Paulo. O anuncio foi feito pelo governador João Doria (PSDB) durante entrevista nesta quarta-feira. A campanha vai vacinar nas escolas municipais, estaduais e privadas do estado —chamada de "Semana E", que ocorrerá entre os dias 19 e 25 de fevereiro.
Ainda não há detalhes, entretanto, de como ocorrerá a vacinação. De acordo com o governo, cada município deve definir como será a estratégia —ou seja, como as escolas de cada rede serão usadas na campanha.
A coordenadora do PEI (Programa Estadual de Imunizações), Regiane de Paula, disse que os pais e os responsáveis das crianças não precisam estar presentes no ato da vacinação, mas terão que assinar um "termo de concordância", autorizando a aplicação.
O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, afirmou que, apesar do esforço para atingir mais crianças, não há planos de exigir o passaporte de vacinas nas escolas.
"Não temos nenhuma possibilidade de exigir passaporte para entrar nas escolas. Nós cobramos a carteira de vacinação e, se não estiver apresentado que a criança foi vacinada, informamos às autoridades, como o Conselho Tutelar", disse. "Mas não vamos instituir o passaporte das vacinas às crianças, porque elas não podem decidir se serão vacinadas ou não. Seria culpar as crianças duas vezes”.
Existe ainda a preocupação com a vacinação de adolescentes —que poderão ser vacinados na campanha dentro das escolas. "Temos um público que não retornou para tomar a segunda dose, entre eles 1 milhão de adolescentes no ensino médio", destacou Regiane. "É importante que possamos fazer a busca ativa de adolescentes nestas escolas nesse momento."
A Secretaria Estadual da Saúde afirma que 60% das crianças paulistas foram vacinadas com a primeira dose da CoronaVac —Doria havia planejado vacinar 100% deste público em três semanas, mas não cumpriu a meta. Ao todo, pouco mais de 2,4 milhões de crianças foram vacinadas até agora. Duas vacinas foram autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o uso no público infantil: a Pfizer e a CoronaVac.
A primeira é voltada para crianças a partir dos 5 anos e imunossuprimidas; a segunda, para o público geral, a partir de 6 anos. Em São Paulo, a imunização das crianças sem comorbidades, com a CoronaVac, começou imediatamente após a liberação da Anvisa, de janeiro. A partir de sexta (18), o estado começa a aplicação da segunda dose do imunizante neste público.
