Polícia

DVD, TV a cabo, culinária espanhola. A rotina de Mozaquatro na cadeia



DVD, TV a cabo, culinária espanhola. A rotina de Mozaquatro na cadeia
O empresário Alfeu Mozaquatro, preso desde 5 de outubro de 2006, quando a Polícia Federal desencadeou a “Operação Grandes Lagos” contra crimes de sonegação fiscal no comércio de carnes, não é apenas o mais famoso detento da Cadeia Pública de Monte Aprazível.

Mozaquatro, graças a uma portaria assinada em novembro do ano passado pelo delegado de polícia José Carlos Dias Menezes, tem vários privilégios no presídio, como visitas cinco vezes por semana, televisores, rádios, aparelhos de DVD e até TV a cabo, paga pelo empresário.

Sua comida era fornecida por um restaurante de culinária espanhola, o El Temple, onde alguns pratos chegam a custar R$ 90.

Depois que uma equipe da TV Tem, de São José do Rio Preto, gravou reportagem divulgando o fato, o delegado-geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Mário Jordão de Toledo Leme, afastou Dias Menezes preventivamente do cargo. Ele responderá a processo administrativo instaurado pela Corregedoria Auxiliar de São José do Rio Preto.

Em sua defesa, o delegado Dias Menezes alegou que se baseou na Lei 10.258/01 para assinar a portaria em favor de Mozaquatro. Essa lei, entretanto, apenas regulamenta as condições especiais de prisão dos possuidores de curso superior, que devem ficar separados dos demais detentos.

Na Cadeia Pública de Monte Aprazível, há atualmente 45 presos, divididos em nove celas de 16 m2 cada. O xadrez ocupado individualmente por Alfeu Mozaquatro tem 30 m2 e banheiro privativo.