Educação e trabalho mudam vida de jovem

Há pouco mais de um ano, Rosiney dos Santos Ramos, 16, não via outro futuro para sua vida que não fosse o trabalho no campo, sem muito sonho e com muito sacrifício. O rapaz vivia com a família em um assentamento do Movimento Sem-Terra em Mirassol d’Oeste, no Mato Grosso, cidade que fica a 300 quilômetros da capital Cuiabá.
“A vida era difícil. Eu ia para a escola com o ônibus da prefeitura, mas a gente dependia da cesta básica que davam para comer e nem sempre dava para todo mundo”, conta Ney, como é conhecido o caçula de cinco irmãos.
A vida do jovem começou a mudar quando sua irmã casou-se com um fernandopolense. A família veio visitá-la e, cansados da vida difícil e da espera pela reforma agrária, decidiram tentar a vida em Fernandópolis. No início, Ney trabalhou como engraxate para ajudar nas despesas de casa, já que a renda do pai, pintor, e da mãe, dona-de-casa, muitas vezes era insuficiente para as despesas da família.
Quando soube da existência do CAEFA (Centro de Apoio à Educação e Formação do Adolescente), Ney conta que ficou animado com a possibilidade de ter um emprego formal, remunerado. Ele fez a inscrição e ainda que muito nervoso, conseguiu passar na seleção para integrar o grupo do projeto “Jovem Aprendiz”, do Programa de Educação para o Trabalho. Cada jovem trabalha oito horas por dia, estuda à noite e recebe um salário mínimo.
Desde então, o rapaz conta que a vida mudou. Hoje, empregado como aprendiz na Fundação Educacional de Fernandópolis, Ney conta que “o sonho é subir cada vez mais, estudar e fazer faculdade”. Trabalhando dentro de uma instituição de ensino e lidando com a parte administrativa da Fundação, o rapaz não tem dúvida quando perguntado sobre o que quer ser: “administrador de empresas!”, exclama.
Antes de começar a trabalhar na FEF, Ney participou de sete módulos de treinamento que integram o programa do CAEFA. Os aprendizes participam constantemente de oficinas de atendimento ao cliente, telemarketing, informática básica, higiene pessoal e sexualidade, além orientações gerais sobre hábitos alimentares. Duas vezes por semana, ele ainda tem aulas extras na entidade, que incluem atividades culturais com música e teatro.
“Neste ano, eu aprendi que não basta só o pessoal do CAEFA ficar no pé para gente estudar, tem que ter vontade de estudar. E não adianta os empresários darem a oportunidade se as pessoas não mostram serviço. Eu me esforço todos os dias, porque sei que esta é minha chance de ter uma vida melhor”, finaliza Ney.


RESPONSABILIDADE SOCIAL
Estão abertas as inscrições para palestra “Responsabilidade social como estratégia para o fortalecimento da empresa”, que será ministrada por Darlan Oliveira Rocha, técnico de desenvolvimento profissional do Senac de Votuporanga. O evento será realizado dia 3 de julho, às 19h, no Teatro Municipal de Fernandópolis. A entrada é um quilo de alimento não perecível e as inscrições podem ser feitas pelo telefone (17) 3442-3111.
O evento é promovido pelo CAEFA e tem o objetivo de mostrar a todos os participantes, por meio de exemplos de sucesso, o quanto uma conduta socialmente responsável pode agregar valores a uma determinada marca, fortalecendo o elo de confiança com a comunidade local.