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Elen defende a qualidade pedagógica das instituições da cidade



Elen defende a qualidade pedagógica das instituições da cidade
Elen Dias é um moto perpétuo. A diretora do Centro Cultural América, situado na Rua Bahia, é também professora da Fundação Educacional de Fernandópolis e da Unicastelo, e não pára de estudar. Bacharel em Direito pela Fadir e em Tradução pela Unesp – ambas de São José do Rio Preto, mestre em Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Estrangeira e doutoranda em Lingüística Aplicada, a jovem fernandopolense defende com unhas e dentes a qualidade do ensino de Fernandópolis, em todos os níveis. Afirma com todas as letras que nosso sistema educacional não perde em comparação a qualquer outro, e afirma para quem quiser ouvir: nossos profissionais têm qualidade e capacidade profissional para disputar qualquer mercado de trabalho.

CIDADÃO: Nota-se que você é uma pessoa que defende insistentemente a tese de que Fernandópolis tem os seus talentos e produz bons profissionais, nas mais diversas áreas de atuação. Pode justificar?
ELEN: Bem, vou dar um exemplo que ocorreu na minha própria escola: tivemos alunos que foram trabalhar na IBM, enfrentando e vencendo um difícil processo seletivo. Ora, são alunos formados na FEF. O requisito básico para o ingresso na IBM era falar inglês fluentemente. Claro que se tratavam de alunos perseverantes, que levaram a faculdade a sério e depois vieram aperfeiçoar conosco a parte da lingüística. Tivemos alunos de Fernandópolis, que fizeram colegial aqui, depois foram estudar fora e chegaram a fazer doutorado em Harward. Ex-alunas do nosso curso hoje lecionam línguas em São Paulo, nas mais importantes franquias. São profissionais que saíram de Fernandópolis com um bom embasamento. Outros ex-alunos nossos, que ficaram na cidade, lecionam na FEF e na Unicastelo. Apenas tiveram que fazer pós-graduação, mestrado ou doutorado fora – na USP, na Unesp, na Unicamp...Se você pensar no curso de Letras, por exemplo, verá que houve concursos em que a aprovação de ex-alunos chegou a 80%.

CIDADÃO: Isso significa que nossos cursos médios e superiores capacitam adequadamente o profissional para o mercado de trabalho?
ELEN: Perfeitamente. Para enfrentar qualquer lugar que ele quiser encarar. Tanto que muita gente se dá bem em São Paulo ou no exterior.

CIDADÃO: Sua escola começou como um curso de inglês. Hoje, ela se chama Centro Cultural América, com abrangência a outros cursos. Qual é a proposta do América?
ELEN: Primeiramente, atender às necessidades da clientela que nos procura. Afinal, se a gente cresceu e está oferecendo novos cursos, foi em função das necessidades. É outra demonstração de que Fernandópolis está produzindo profissionais que buscam novos caminhos. Preparamos alunos, por exemplo, para ir para o Japão, trabalhar lá. Claro que há muita dificuldade de se chegar num país de língua completamente diferente, a pessoa não vai conseguir se comunicar. Temos cursos preparatórios para entrevistas de trabalho, em inglês. O próprio mercado passou a exigir também o espanhol, o italiano, o francês, e nós estamos nos adequando ao mercado. Queremos ser um centro de cultura. Se existir a demanda, digamos, por aulas de matemática para vestibular, nós acabamos suprindo a necessidade.

CIDADÃO: O América tem investido bastante na tecnologia. Como é essa estrutura, atualmente?
ELEN: Existem “n” coisas produzidas, a evolução é muito rápida. Claro que tentamos acompanhar essas tecnologias, dentro das possibilidades. Temos site na Internet, o material é todo com CD-ROM, há outros materiais para aprofundamento no estudo, usamos DVD, porque o audiovisual é fundamental numa época em que os jovens estão sendo criados em frente a uma tela de TV ou de computador. Não dá mais para ir para a sala de aula apenas com um giz na mão.

CIDADÃO: Há mais vantagens ou desvantagens?
ELEN: Acho que é importante não descartar o velho. O aluno não pode, por exemplo, deixar de escrever, porque isso é fundamental à sua formação. Ele tem que interagir com os outros na sala de aula, para manter a qualidade de produção, tanto oral quanto escrita – conjugando tudo isso com as novas tecnologias; O aluno tem que saber que o novo não implica a obsolescência do velho. Há coisas excelentes que têm que ser mantidas, como a interação. O computador não pode balizar a vida das pessoas. As relações humanas são muito importantes, e na sala de aula é preciso que interajam.

CIDADÃO: Você, ao que consta, tem a preocupação social de distribuir bolsas de estudo para funcionários e pessoas amparadas por entidades, não é?
ELEN: Todos os nossos funcionários continuam estudando, e nós fornecemos bolsa também para alguém da família dele. Além disso, desenvolvemos projetos com algumas entidades, como o Sentinela, e todo semestre damos uma bolsa para essa instituição. É uma forma de ajudar no encaminhamento dos jovens carentes. Fazemos também um trabalho de apoio à Apadaf, temos um aluno com deficiência visual para quem transformamos os livros em braile. Temos tido resultados muito bons.

CIDADÃO: Com tantas atividades, você se tornou uma pessoa muito ocupada. Você se considera uma workaholic?
ELEN: Não. Na verdade, isso até me atormentava (risos) porque muita gente falava isso. Acho que tem uma diferença entre você gostar do que faz e ser um workaholic. Este, quando chega o domingo, não consegue ficar sem fazer nada, ou se dedicar a algum lazer. Eu gosto muito do que faço, mas no domingo fico muito com minha família. Houve época em que eu realmente trabalhava todos os dias, mas era uma necessidade financeira. Eu precisava muito trabalhar. Já li muito a respeito desse tipo de obsessão pelo trabalho, e uma das coisas que caracteriza o workaholic é que ele não consegue se desprender do trabalho. Claro que quando vou ao cinema, por exemplo, acabo tendo umas recaídas, do tipo: “Ah, essa cena do filme dava pra ser utilizada nisso ou naquilo”. É comum acontecer isso, mas eu não deixo de apreciar o filme, ou a música, por causa do trabalho. Acho que sou é workalover.

CIDADÃO: De tudo o que você faz, o que prefere: ser administradora ou dar aulas?
ELEN: Prefiro dar aulas. Na verdade, nem gosto muito da parte administrativa, eu tenho lá minhas deficiências por não possuir uma formação específica para isso. Se eu tivesse tempo disponível, gostaria de fazer cursos de gestão. Leio algumas publicações sobre gestão, tenho essa curiosidade. Muito vai pela intuição, pela tentativa e erro. Enfim, não sou uma gestora, sou uma professora.