Saúde

Em 9 dias, outubro registra mais mortes do que o mês de setembro inteiro



Em 9 dias, outubro registra mais mortes  do que o mês de setembro inteiro

Com pouco mais de um mês na fase Amarela do Plano São Paulo de flexibilização, Fernandópolis já sente novamente, os efeitos da pandemia do novo coronavírus. Depois de registrar queda no final de agosto e primeira quinzena de setembro, o mês de outubro começa com alta nos números, inclusive, com o recorde de óbitos por Covid-19 registrados em único dia. 
Conforme já avisado diversas vezes pelo médico infectologista Marcio Gaggini, responsável pelo Comitê de Contingenciamento da Covid-19 em Fernandópolis, o avanço da região para uma fase mais flexível para o comércio resultaria inevitavelmente, no aumento de casos positivos, de internações e novos óbitos em decorrência do vírus. Só nos oito primeiros dias de outubro, foram registrados mais 209 casos positivos de Covid-19, uma média de 23,2 casos/dia. O mês anterior fechou com 611 novos casos positivos, o que corresponde a uma média de 20,36 casos/dia. Em agosto, quando a cidade chegou no chamado platô da pandemia, a média diária de casos foi de 25,9. 
“Esperávamos que tivesse uma diminuição dos casos [em setembro] e que outubro, novembro seriam mais tranquilos e que a vacina chegaria na segunda quinzena de dezembro. Mas a situação perdeu o controle na flexibilização durante a fase amarela” disse o médico infectologista Marcio Gaggini. 
Para ele, o aumento, ainda que esperado pelas autoridades e profissionais da saúde, é uma consequência das aglomerações provocadas pelas confraternizações entre familiares e amigos, principalmente em espaços públicos como já registrado por três finais de semana consecutivos na Avenida dos Expedicionários Brasileiros e outras regiões de maior concentração de estabelecimentos comerciais. 
“Tem vários locais da cidade que registram aglomerações. A gente fica triste, quando sai de um plantão na Unidade da Covid com 100% de leitos ocupados e vê pela cidade as aglomerações como se não houvesse mais pandemia”, acrescentou Gaggini.
Em seis meses de pandemia, Fernandópolis já registrou 47 mortes pelo novo coronavírus, nove só nos primeiros oito dias do mês de outubro. Na última quinta-feira, 8, por exemplo, foram registrados mais três óbitos, recorde para um único dia. Antes mesmo de chegar aos índices atuais, a situação já era preocupante para os profissionais da saúde. 
“Algumas pessoas confundiram a abertura do comércio com uma flexibilização geral. E não é isso o que deve acontecer. Enquanto não vacinar a população inteira, a gente deve manter os cuidados”, destacou. A região de Barretos regrediu para a fase laranja do Plano SP. O médico ressalta que a regressão depende muito mais da população do que dos profissionais que trabalham na área da saúde.
“Não é porque a gente mudou de fase que não precisa mais manter o distanciamento, usar máscara e álcool gel”, conclui Gaggini. 
MORTES
Desde sexta-feira, 2, Fernandópolis vem registrando uma sequência de mortes assustadora. Foram cinco homens, quatro deles na faixa entre 61 e 69 anos e um de 88, e quatro mulheres, com idades na faixa etária entre 61 e 93 anos.
O boletim da Santa Casa divulgado nesta sexta-feira indicava que 17 pessoas estavam internadas na Ala da Covid-19. Nove na enfermaria (seis casos positivos e três suspeitos) e oito na UTI (7 positivos e um suspeito). Fernandópolis ainda tem pacientes internados em São José do Rio Preto.