As expectativas, as metas de crescimento e o planejamento estratégico logo foram substituídos pelos reajustes implantados pelas medidas de isolamento social para a contenção do coronavírus na região. Se antes, a meta era crescer, contratar e expandir, agora se resume em salvar o negócio. Para tanto, ações como férias coletivas, home office, jornada de trabalho reduzida, delivery e pegue e pague estão entre as ações adotadas pelos comerciantes de Fernandópolis que estão buscando salvar os seus empreendimentos em meio a crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus. Contudo, se o problema persistir por muito tempo, os empresários reconhecem que ficará muito difícil de o negócio sobreviver.
Apesar dos esforços dos comerciantes somados aos dos Governos Federal, Estadual e Municipal que adiaram o pagamento da maioria dos impostos, desafios como manter o aluguel dos estabelecimentos comerciais, compras de insumos, matérias-primas ou estoques parcelados e a folha de pagamento dos funcionários em dia têm sido obstáculos difíceis de superar mesmo se tratando do primeiro mês de isolamento social. Até agora, a quarentena em vigor tem obrigado empresários e empreendedores a se reinventarem e até recriarem seus negócios para manter a empresa em pé. Com as portas fechadas, o grande desafio é manter o fluxo de caixa e reduzir custos operacionais.
Os exemplos dessa nova realidade estão por toda a Fernandópolis. A fita zebrada numa das portas da ótica colocada para ajudar a controlar o fluxo de clientes dentro da loja segue sem muita utilidade. E o motivo é a ausência de quem mais o comerciante sente a falta: a dos clientes. Para o comerciante Edson Antonio Rizzappo, dono de uma ótica e relojoaria localizada no centro da cidade, apesar do município está cumprindo um período de quarentena, o cliente está circulando. Só não está comprando.
“Não tivemos nenhuma dificuldade para readaptarmos às normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Na verdade, devido às incertezas quanto ao futuro econômico do país, as pessoas estão evitando gastar”, ressaltou Edson.
O comerciante Abnael de Paula Martins é sócio de uma pizzaria localizada na principal avenida da cidade. Mas desde que foi anunciada as medidas de isolamento social em Fernandópolis, ele, o sócio e os funcionários tiveram que fazer algumas readaptações para manter o fluxo de caixa. A maior parte dos funcionários estão aguardando em casa ordens para retornar ao trabalho. Enquanto isso, apenas os sócios permanecem a disposição do cliente que está cada vez mais raro.
Segundo Abnael, dos cinco funcionários, três estão em casa aguardando ordem para o retorno que só deverá ocorrer quando a prefeitura liberar.
“Esperamos que na segunda-feira que vem já possamos retornar as atividades normais, mesmo com a capacidade reduzida”, disse.