Há nove anos, alguns empresários de Fernandópolis, proprietários de uma área de terras na Vila Ubirajara, zona oeste da cidade, lutam contra a burocracia oficial para realizar um velho projeto: a construção de um parque industrial no local, situado na margem direita da Rodovia Euclides da Cunha.
A área, que no passado pertenceu à família Besteti, foi adquirida por vários investidores. Na ocasião, ainda se tratava de imóvel rural, muito embora já rodeado por todos os lados pelo perímetro urbano. Aos poucos, os empresários regularizaram a situação do imóvel, já incorporado ao perímetro urbano e sendo tributado com o IPTU.
Atualmente, são nove os proprietários da área, que tem um total de 23.400 m2. Na última terça-feira, 15, os empresários entregaram um documento à Associação de Amigos do Município de Fernandópolis, pedindo ajuda da entidade para conseguir da prefeita Ana Bim a infra-estrutura que possibilitará a execução do projeto.
Os pedidos vão desde a atuação política junto ao D.E.R. para a conclusão da duplicação urbana da Rodovia Euclides da Cunha e da Avenida Litério Greco (a via marginal) até a abertura de ruas, serviços de luz, água, esgoto e asfaltamento.
Francisco Arouca Poço, o Chico Arouca, há vários anos participa do movimento. Embora já não tenha interesse pessoal no caso (seu genro, proprietário de um dos terrenos, cansou-se de esperar e vendeu o imóvel), Chico, uma espécie de líder natural da comunidade da Cohab Antonio Brandini, continuou no trabalho, como intermediário. Para o comerciante, o projeto é importante para o desenvolvimento de Fernandópolis. Estamos trancados, os bairros não têm como se expandir. A administração tem que entender isso.
TREVO ANTIQUADO
Munido de plantas e memoriais descritivos, Chico explica em detalhes a situação do imóvel. A Câmara já aprovou, agora é questão de abrir ruas, urbanizar a área. A prefeitura não tem mais um palmo sequer de terreno para incentivar a instalação de novas empresas. Por que, então, não ajudar no nascimento de um parque industrial construído pela iniciativa privada?, questionou.
Chico destaca a posição privilegiada da área, com quase 400 metros de frente para a rodovia. Além de termos no trevo de Água Vermelha o pior e mais ultrapassado de toda a Euclides da Cunha, o visual de Fernandópolis, para quem passa na estrada, não empolga potenciais investidores. A urbanização daquela área contará pontos também na questão de imagem, acredita.
O ex-vereador pretende usar a tribuna livre da Câmara Municipal assim que forem retomados os trabalhos legislativos para explicar o caso e pedir o apoio dos vereadores. É um projeto de grande interesse para Fernandópolis, porque ampliará a oferta de empregos e gerará mais recursos para o município, assegura.
INVESTIDORES
Na papelada de Chico, há um documento firmado pelos investidores, no qual estes se identificam e descrevem pormenorizadamente a destinação que pretendem para os respectivos terrenos.
José Cicarelli pretende construir três salões comerciais. Mário Augusto Gattaz Alves quer fazer oito salões comerciais, além de um armazém para sua própria empresa; Wilson Segatti quer montar um galpão para instalar uma revenda de caminhões; Ariovaldo Luiz Alduino pretende erigir oito salões comerciais e instalar um posto de combustíveis; Odete Fernandes se propõe a construir quatro salões comerciais; e Amélia Rosa Sanfelice Nogueira opta pela construção de dois salões comerciais no seu terreno.
Como se vê, serão investimentos que absorverão mão-de-obra. A administração precisa apoiar a iniciativa dos empresários, finaliza Chico Arouca.