No limite das reclamações dos usuários, finalmente a administração municipal montou ontem as coberturas do terminal de ônibus no centro da cidade, ao lado da Igreja Matriz. Segundo o engenheiro Ricardo Corrêa, são quatro abrigos no total, com seis assentos cada um, o que perfaz um total de 24 assentos.
Além desse conforto, sob a estrutura podem se abrigar em pé algumas dezenas de pessoas. O engenheiro afirmou que na cobertura foram empregadas com telhas com tratamento termo-acústico, em cujo interior há uma camada de isopor.
A empresa responsável pela execução da obra é a Toldos Europeu, cujo diretor, Waiter Pereira, comandava pessoalmente os serviços na manhã de ontem.
RECLAMAÇÕES
Os meses de janeiro e fevereiro são marcados pela grande quantidade de chuva que atinge a região de Fernandópolis. Bom para os agricultores e para a saúde da população, que se livra por um tempo da poeira que causa alergias respiratórias e outras doenças.
Quem não fica nada satisfeito são os passageiros da circular que em dias chuvosos não conseguem abrigo. Os dias de sol intenso também prejudicam os usuários, que não conseguem se proteger do sol escaldante.
Cleonice, uma trabalhadora autônoma que utiliza o serviço de transporte coletivo, diz passar por sérias dificuldades ao utilizar a circular: Eu e os meus pais sempre andamos de ônibus e se precisamos ir de um bairro ao outro, temos que pagar dois bilhetes, porque não tem conexão, como em Rio Preto. Venho do Hilda Helena e tenho que ir a Brasilândia quase que diariamente. Meus pais são velhinhos e não tem nenhum banco protegido do sol para eles esperarem o ônibus. Além disso, tem outros idosos que possuem problemas nas pernas e não têm aonde sentar. Se estiver sol, ninguém consegue ficar no banco da praça e se estiver chovendo, ai é que não tem jeito mesmo.
O aposentado Anésio diz já ter passado da hora da prefeitura dar um jeito no terminal. Se a prefeita não sabe, as árvores não conseguem segurar a água da chuva. Moro no Paraíso e preciso vir ao centro quase que diariamente e sempre é este transtorno. Às vezes temos que pedir abrigo nas lojas enquanto esperamos o ônibus, disse Anésio.
Pobre é sempre humilhado, desabafa Maria Fagundes, moradora do bairro Brasilândia, que esperava na chuva a chegada de seu ônibus. A população precisa se unir, essa situação não pode continuar, disse Maria.
Todo esse sofrimento aparentemente chegou ao fim, já que a administração prometeu para hoje os retoques finais no polêmico terminal, que chegou a desencadear uma batalha judicial entre a Igreja Católica e a Prefeitura de Fernandópolis, meses atrás.