A estudante de Comunicação Social Daniela Ortolan, de 19 anos, encontrou uma forma original de falar com a prefeita de Fernandópolis, Ana Bim. No dia 18 de janeiro, ela foi a uma floricultura, encomendou um buquê e pediu que fosse enviado à casa da prefeita.
As flores, porém, foram acompanhadas por uma carta, na qual Daniela desabafa sobre a sua situação pessoal e a de Fernandópolis a falta de emprego e de perspectiva de dias melhores.
Daniela é uma jovem extrovertida e bem-falante. Conta que está com a mensalidade da faculdade atrasada e não consegue trabalhar. Critica os rumos políticos de Fernandópolis, onde não se criam mecanismos capazes de aumentar a oferta de trabalho. Quem consegue se formar precisa ir embora correndo desta cidade, diz. A estudante afirma que é adepta da tese da fixação do homem à terra de origem Coisa impossível em se tratando de Fernandópolis.
Para ilustrar o que diz, ela narra sua experiência nas enormes filas de candidatos a um posto de trabalho, quando uma cervejaria e um grande magazine selecionaram candidatos em Fernandópolis. Nos dois casos, havia cerca de 500 pessoas na fila. É muito triste.
Daniela gostaria de poder viver para sempre em Fernandópolis, onde nasceu e cresceu. Mas não sei se isso será possível. Acho que terei que ir embora daqui.
Moradora da Avenida dos Arnaldos, a jovem ironiza o novo paisagismo (plantio de cambarás e pingos de ouro no canteiro central da avenida): Será que essa obra é prioritária? Mas, quem sabe essas flores são para mim, em retribuição.
E Ana Bim? A estudante conta que a prefeita chegou a ligar para seu celular, mas ela não estava em casa. A ligação, atendida pela mãe da estudante, caiu e Ana Bim não voltou a telefonar.