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Estudo aponta que água que chega à torneira dos fernandopolenses é segura



Estudo aponta que água que chega à torneira dos fernandopolenses é segura

A água tratada pode carregar agrotóxicos e outras substâncias químicas e radioativas que são perigosas para a saúde quando acima dos limites fixados pelo Ministério da Saúde. É o que alerta o Mapa da Água publicado esta semana com base em dados do Sisagua – Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano - do Ministério da Saúde a partir de amostras coletadas no período entre os anos de 2018 e 2020 e fornecidas pelas empresas responsáveis pelo abastecimento nos municípios.
De acordo com o Mapa, entre 2018 e 2020, na água de Fernandópolis, cujo sistema de abastecimento é operado pela Sabesp, apresentou situação de normalidade, ou seja, “todas as substâncias estavam dentro do limite de segurança”. 
O relatório elaborado pela Repórter Brasil, revela resultados de testes feitos na água tratada que detectaram substâncias químicas e radioativas que podem oferecer risco à saúde. O banco de dados aponta que cidades da região apresentam algum tipo de contaminação.
Os dados, contudo, apontam que em todo o País, 793 cidades estavam com substâncias tóxicas acima do limite. Na região, o problema foi detectado em várias cidades, casos de Rio Preto, Mirassol, Votuporanga, Meridiano e Santa Fé do Sul. 
Em Votuporanga, o Mapa aponta que foram detectadas duas substâncias, uma delas com o maior risco de gerar doenças crônicas, como câncer. A Saev que cuida do abastecimento de água da cidade, em nota ao jornal A Cidade, negou a contaminação. Segundo a empresa, trata-se de erro de digitação. Quanto ao cromo, uma das substancias identificadas, a Saev diz que a alteração foi pontual e verificada em um dos poços no Distrito de Simonsen e que foram tomadas providencias imediatas. 
Em Meridiano, foi identificado na água uma substância que gera risco à saúde. A Sabesp, que opera o sistema, diz que a água tratada pela autarquia não está contaminada e que a legislação considera o consumo impróprio quando os testes forem recorrentes.
Em São José do Rio Preto, também foram detectadas substâncias cancerígenas e de risco à saúde, o mesmo ocorrendo em Mirassol e Santa Fé do Sul. As autarquias municipais negaram a contaminação.
Segundo o relatório, dados que compõe a análise são de testes realizados pelas empresas de abastecimento e reunidos pelo Ministério da Saúde. O mapa divide as substâncias em dois grupos de periculosidade. Essa divisão foi feita pelo Repórter Brasil com base nas classificações dadas a cada substância pelos órgãos reguladores mais reconhecidos do mundo, como a OMS.
Dos cinco subprodutos monitorados no Brasil, trihalometanos e ácidos haloacéticos são os que mais aparecem acima do limite. Esses grupos são classificados como “possivelmente cancerígenos” pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, órgão da Organização Mundial da Saúde. O risco, aponta o Mapa, é realmente quando o monitoramento mostra que, durante anos, a água está com o valor elevado desses produtos, porque tem um efeito cumulativo que pode trazer consequências a longo prazo.
A norma brasileira determina que, em caso de testes acima do limite permitido, a população deve ser avisada, de forma transparente e clara, sobre os riscos que estão correndo e sobre as medidas que serão adotadas pelos responsáveis para solucionar o problema.