Cada vez mais presentes no cotidiano, os drones já são usados com frequência como recurso pedagógico nas unidades do Centro Paula Souza. Na Etec - Prof. Armando José Farinazzo, de Fernandópolis, um projeto testou, com sucesso, o reflorestamento feito com o uso desse tipo de equipamento.
A partir de uma equipe formada para participar da Fórmula Drone SAE Brasil, uma competição que incentiva os estudantes a construir aeronaves autônomas e com esses aparelhos realizar uma série de tarefas, alguns alunos decidiram pesquisar a possibilidade de uso dos aeromodelos na recuperação de áreas desmatadas.
O trabalho venceu o Prêmio Eseg de Gestão de 2019 na categoria Controles e Processos Industriais. Integraram o grupo os estudantes do curso técnico de Química integrado ao Médio Isabela Figueiredo Zarda, Luis Henrique Telles e Maria Vitória Moy Paulique. Eles foram orientados por Fernando Landim.
Uma das experiências que inspirou os jovens foi o uso da vespa Cotesia flavipes nas plantações de cana-de-açúcar para combater pragas. "Algumas empresas da região lançam as larvas desse inseto na lavoura com o uso de drones para fazer o controle biológico", explica Landim.
O aeromodelo desenvolvido para o torneio foi adaptado e recebeu uma caixa para o armazenamento das sementes, que foram colocadas dentro de cápsulas biodegradáveis de amido. Goiabeira, amendoim-bravo, aroeira-pimenteira e santa-bárbara são algumas das espécies eleitas pelos jovens para a experiência, escolhidas por serem comuns em diversas regiões do País e terem crescimento rápido.
De acordo com o levantamento de informações feito pelo grupo, um drone é capaz de substituir a capacidade de plantio de 15 agentes de reflorestamento em campo. O uso do equipamento também evita que trabalhadores tenham de se expor aos riscos de entrar na mata para semear e permite acesso a áreas remotas.
Os estudantes concluíram que a aeronave atingiu os objetivos do trabalho com vôos precisos e distribuição correta das sementes pela área inicialmente delimitada. O resultado entusiasmou alunos e professores e a Etec deve seguir trabalhando com essa pesquisa. "Com o dinheiro que recebemos do Prêmio Eseg vamos comprar uma impressora 3D para aprimorar a construção de drones", afirma Landim.