Meio Ambiente

Fenômeno La Niña pode intensificar ocorrências de raios em Fernandópolis



Fenômeno La Niña pode intensificar ocorrências de raios em Fernandópolis

O fenômeno La Niña deve contribuir para o aumento de raios nuvem-solo durante a temporada primavera/verão em Fernandópolis e região. O alerta é do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
“O La Niña faz com que as águas fiquem mais frias e a evaporação diminui, com isso modifica a circulação atmosférica do mundo inteiro. Essa operação favorece a formação de tempestades em algumas regiões e diminuição em outras que provoca o aumento (na incidência de raios) que pode ser de até 20%”, explica o coordenador do Elat, Osmar Pinto Junior. A chuva com trovoadas é um sinal de raios e elas são mais frequentes exatamente neste período, muitas acompanhadas de ventanias e granizo.
Desde o início da primavera, em 22 de setembro, a região já enfrentou pelo menos duas tempestades de areia que deixaram rastro de destruição e mortes pela região. Em Fernandópolis foram registrados danos no Distrito de Brasitânia.
Com as tempestades, aumentam os riscos de descargas elétricas. Segundo levantamento do Elat, até o mês de setembro foram registrados 6.450 raios em Fernandópolis, uma média de 23 raios por dia. 
Nos últimos cinco anos, foram 71.747 raios, sendo que o ano de 2019, com 18.797, foi o com maior número de registros.  “As altas temperaturas e umidade do ar favorecem a formação de tempestades e raios. Por esse motivo, a primavera e verão tendem a ter maior incidência de raios”, aponta o Elat/Inpe. 
De acordo com o Inpe, a corrente do raio pode causar sérias queimaduras e outros danos ao coração, pulmões, sistema nervoso central e outras partes do corpo, pelo aquecimento e uma variedade de reações eletroquímicas. Cerca de 20% a 30% das vítimas de raios morrem, sendo a maioria delas por parada cardíaca e respiratória, e cerca de 70% dos sobreviventes sofrem por um longo tempo sequelas psicológicas e orgânicas.
Estudos mostram que 80% dos raios no estado de São Paulo acontecem no período primavera/verão, então é uma situação que se repete com frequência, aponta estudo do Elat que registrou no período entre 2010 a 2019, 2.194 mortes de pessoas após serem atingidas por raio no Brasil. Um deles foi o produtor rural Adilson Politano, de 40 anos, que morreu após ser atingido por um raio em Santa Adélia, em 2018. Há vários registros na região de morte de cabeças de gado atingidos por raios, quando se abrigavam de tempestades embaixo de árvores.
As recomendações do Elat/Inpe é para que durante uma tempestades, as pessoas evitem se abrigar ou caminhar perto de árvores; caminhar ou ficar parado em áreas descampadas, rodovias, ruas ou estradas; ficar próximo a cerca de arame ou veículos; abrigar-se em áreas cobertas, que protegem da chuva, mas não dos raios, como varandas, barracos e celeiros; utilizar equipamentos elétricos ligados à rede elétrica ou ficar perto de tomadas; falar ao telefone com fio ou utilizar celular conectado ao carregador; usar chuveiro elétrico; ficar próximo a janelas e portas metálicas; ficar próximo à rede hidráulica (torneiras e canos).