Polícia

Férias, rios baixos e fim do isolamento aumentam risco de afogamentos na região



Férias, rios baixos e fim do isolamento aumentam risco de afogamentos na região

O fim do confinamento imposto pela pandemia da Covid-19, a chegada do verão e as férias escolares, contribuem para que as pessoas busquem os balneários da região para o lazer o que potencializa o risco de acidentes que acabam em tragédias.

O final do ano na região foi trágico, com quatro pessoas de uma mesma família de Ribeirão Bonito, incluindo duas crianças, morreram afogadas no Rio Grande próximo a ponte de Água Vermelha, durante um momento de lazer. A família passava o Natal na região. Em todo o ano passado foram registrados na região 29 afogamentos prainhas, rios e piscinas.

O comandante do 3º Subgrupamento de Bombeiros de Fernandópolis Capitão PM Diego Moraes Machado diz que esse tipo de ocorrência tende a se agravar neste período. “Estamos saindo de um confinamento de dois anos pela pandemia, as pessoas estão em busca de lazer e isso exige cuidado e atenção”, diz.

“A gente orienta as pessoas que buscam os balneários para que tenham atenção com as crianças. Criança tem que ser vigiada e só ir para a água em prainhas, rios e piscinas com a supervisão de adulto. O ideal é que estejam com coletes salva-vidas”, alerta o comandante.

Ele lembra ainda que por conta da estiagem dos últimos dois anos, o nível dos rios e reservatórios da região estão baixos. “O rio em alguns locais começa com profundidade de 1 a 1,5 metros e, de repente, essa profundidade vai a 5, 10, 15 metros. Por isso é preciso ter cautela. Nas prainhas as margens também estão diferentes. Antes a pessoa conhecia o balneário. Hoje com os rios baixos, a conformação é diferente, a prainha não é a mesma, o fundo do rio também não. Tem galhada, pedras e buracos”, diz o capitão.

O comandante do Corpo de Bombeiros de Fernandópolis lembra a importância de ensinamento dos antigos para ir, no máximo, até a água na cintura. Em locais com corredeiras, a recomendação é água no joelho.

Diego Machado estende a recomendação de segurança para os pescadores embarcados. É no período de verão que ocorrem tempestades que surpreendem pescadores no meio do rio e contribuem para acidentes, muitas vezes, fatais.

“Ao primeiro sinal de chuva no horizonte a recomendação é que busquem a margem para desembarcar e buscar abrigo até mesmo de raios, cuja incidência nesta época de verão é mais relevante. Nada de se esconder embaixo de árvores”, alerta.

Ele cita que já atendeu várias ocorrências de pescadores surpreendidos no meio do rio por tempestades. “Já tivemos caso de o pescador morrer de hipotermia. Estava com o colete salva-vidas, se agarrou em algum objeto e passou a noite na água. Morreu de frio”.

Outra recomendação é que o piloto da embarcação tenha o curso de Arrais Amador da Marinha e que todos estejam com o colete. “O colete é item obrigatório na embarcação”, enfatiza.