Saúde

Fernandopolense conta como está sendo sua quarentena nos Estados Unidos



Fernandopolense conta como está sendo sua quarentena nos Estados Unidos

A cabelereira fernandopolense, Luciene Cristina Santos, mora em Orlando, Flórida, EUA, há mais de 20 anos. Ela é especialista em corte de cabelo masculino e trabalha numa barbearia de sua cidade.
Solteira e sem filhos, ela contou ao CIDADÃO como está sendo a sua quarentena no país mais afetado pela pandemia em todo o mundo. Há quase dois meses sem trabalhar, Luciene lembra bem de como foi surpreendida pelas medidas de isolamento social em Orlando. 
“Tudo começou em 23 de março quando fechei a barbearia porque fechou o comércio. A coisa foi se alastrando no país inteiro, muitas mortes, bastante gente doente, mas a situação já está melhorando. Às vezes, a mídia faz sensacionalismo e não é assim como estão falando. Mas a gente está tomando as precauções”, relatou Luciene. 
Sem trabalhar há quase 60 dias, a cabelereira diz que está muito preocupada com a situação financeira. Ela destaca que, apesar das questões relacionadas ao aluguel ser mais brandas do que no Brasil, reconhece que se não voltar a trabalhar poderá não ter como arcar com outros compromissos financeiros. 
“A gente fechou a barbearia no dia 23 de março e desde então estou sem trabalhar. Recebi um cheque do governo e isso está me ajudando um pouco. Esse valor dar mais ou menos para pagar as contas, mas não é o suficiente”, informou. 
Por causa da pandemia, os Estados unidos têm batido recordes de pedidos para saque do Seguro Desemprego. A fernandopolense está entre os milhares de trabalhadores que estão tentando se cadastrar para receber o valor parcelado. Mas até esta sexta-feira, 8, o site não havia aprovado o pedido dela.

“Estou tentando fazer aplicação para o Seguro Desemprego. Mas acontece que tem milhares de pessoas tentando e o site do seguro não consegue processar. O sistema trava. Manda esperar. Estou tentando entrar no Seguro Desemprego porque se não vou ter problema aqui. Tenho que pagar as contas, apesar de que aqui a gente tem recebido algum tipo de auxílio quando atrasa o aluguel, por exemplo”. 
Para não ficar sem trabalhar, Luciene se arrisca para atender alguns clientes na residência deles. Mas sabe que com índices de contaminação e taxa de mortalidade cada vez mais altas, o risco de ser infectada pelo Covid-19 é muito alto. 
“De vez em quando eu saio e corto o cabelo de um, as vezes, de outro, mas é muito perigoso sair e se infectar. Mas não é tanto assim como a mídia fala”.
O governo americano ainda não confirmou a data em que ocorrerá o fim da quarentena no país. Com mais de 75 mil óbitos, os americanos temem o agravamento da situação e resulte em milhares de mortes que poderiam ser evitadas por meio do isolamento social. Por outro lado, assim como a fernandopolense que trabalha e mora em Orlando, sabe que com ou sem a pandemia, a vida das pessoas e o comércio não podem parar. 
“A gente ainda está com a barbearia fechada e não tem uma data específica para reabrir. Parece que será no final do mês. Mas mesmo assim, ainda é muito tempo para ficar sem trabalhar”, concluiu. 
Os Estados Unidos já realizaram mais 8,1 milhões de testes de detecção para o Sars-Cov-2, vírus causador da doença, em todo o território americano. Apesar dos esforços, o país tem registrado índices diários de próximo de 2,5 mil óbitos. Os dados oficiais demonstram que o país já é mais castigado em todo o mundo pela pandemia do coronavírus.