Meio Ambiente

Fernandópolis aumenta em 11% a emissão do gás do efeito estufa, diz relatório



Fernandópolis aumenta em 11% a emissão do gás do efeito estufa, diz relatório

Saiu esta semana o relatório do Observatório do Clima sobre os municípios que mais emitem gás do efeito estufa no País. Fernandópolis não está na lista dos que mais despejam CO2 (gás carbônico) na atmosfera. No ranking nacional do SEEG - Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa – aparece em 1.027º lugar entre os 5.570 municípios. A contribuição negativa dos fernandopolenses para o efeito estufa é de 317 mil toneladas de CO2.
Esse dado refere-se ao ano de 2019, antes da pandemia, e representa uma elevação de 11% na emissão do gás do efeito estufa na comparação com o ano anterior, que foi de 284 mil toneladas. 

Esta edição do SEEG Municípios divulgada por iniciativa do Observatório do Clima constatou que oito dos dez municípios que mais emitem gases de efeito estufa no país estão na Amazônia, onde o desmatamento é a principal fonte de emissões. O levantamento cobre duas décadas (2000-2019) e inclui mais de uma centena de fontes de emissão nos setores de energia, indústria, agropecuária, tratamento de resíduos e mudança de uso da terra e florestas.
No caso de Fernandópolis, segundo o relatório as fontes que mais emitem gás do efeito estufa são energia e agropecuária, cada uma com 34% das emissões. De acordo com o estudo, 71% das emissões de gases do efeito estufa no quesito energia são produzidos por veículos. 
Depois vem resíduos com 15%. Aliás, Fernandópolis avança neste quesito e em julho realizará o Simpósio do Marco Zero de Resíduos Sólidos (leia nesta página).  
Para reduzir o impacto das emissões, o Observatório do Clima apresenta uma série de medidas. No caso da energia, recomenda, por exemplo, a substituição da iluminação pública de vapor de sódio para iluminação de Led, investimento em prédios públicos inteligentes com maior economia de energia. 
Fernandópolis até já iniciou a substituição da iluminação pública convencional pela de Led, mas o processo é lento. A última troca ocorreu no ano passado, através de parceria com a Elektro que substituiu cerca de mil luminárias.  O que cresce a cada ano na cidade é o uso da energia solar. Empresas e residências investem cada vez mais neste tipo de energia limpa.

O SEEG - Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa foi criado em 2012 para atender a uma determinação da PNMC - Política Nacional de Mudanças Climáticas. O decreto que regulamenta a PNMC estabeleceu que o país deveria produzir estimativas anuais de emissão, de forma a acompanhar a execução da política. O governo, porém, não as produziu. Os inventários nacionais, instrumentos fundamentais para conhecer em detalhe o perfil de emissões do país, são publicados apenas de cinco em cinco anos. 
O SEEG (seeg.eco.br) foi a primeira iniciativa nacional de produção de estimativas anuais para toda a economia. Ele foi incorporado ao Observatório do Clima em 2013. Hoje, é uma das maiores bases de dados nacionais sobre emissões de gases estufa do mundo, compreendendo as emissões brasileiras de cinco setores (Agropecuária, Energia, Mudança de Uso da Terra e Florestas, Processos Industriais e Resíduos). As estimativas são geradas segundo as diretrizes do IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas -, com base nos Inventários Brasileiros de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases do Efeito Estufa, do MCTIC - Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.