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Fernandópolis enfrenta risco de uma terceira onda de casos de dengue



Fernandópolis enfrenta risco de uma terceira onda de casos de dengue

Em plena pandemia do coronavírus, Fernandópolis corre o risco de enfrentar uma terceira onda de casos de dengue. Os casos positivos de dengue dispararam em fevereiro e a infestação do aedes aegypti medido pelo IB – Índice de Breteau – estava em janeiro em 1,4% o que coloca a cidade em estado de alerta.

Nos últimos dois anos, Fernandópolis enfrentou duas ondas de casos de dengue. A primeira, e mais grave, em 2019 teve o registro recorde de 4.611 casos positivos da doença. No ano passado, o número de casos despencou, mas ficou em um patamar elevado. Foram 996 casos e duas mortes.

“O índice de infestação do mosquito está acima de 1 e isso indica propensão a uma nova epidemia”, alertou Simone Ruvieri, profissional do IEC – Informação, Educação e Comunicação. Essa seria uma terceira onda de casos.

Preocupada com a situação, a prefeitura lançou uma campanha de informação à população através dos meios de comunicação e até com carros de som percorrendo os bairros da cidade. Uma epidemia de dengue agora seria um fator complicador para a pandemia do coronavírus. Os sintomas de dengue e da Covid-19 são similares e por isso a recomendação é para buscar atendimento nas Unidades de Saúde

Para a Vigilância Epidemiológica, a população deve agir de forma efetiva, eliminando recipientes que sirvam de criadouro para o mosquito e que geralmente estão dentro das casas. “O combate ao mosquito da dengue foi banalizado pela população”, diz Simone ao relatar que numa área com 25 edificações agentes encontraram 10 criadouros de aedes. “É muita coisa. Sem ajuda da população não há como eliminar os criadouros, principalmente nesta época de pandemia que o agente está limitado a vistoria externa”, enfatiza.

Dentre as medidas que podem ser tomadas, estão os cuidados com a caixa d’água que deve estar sempre limpa e bem fechada; não deixar a água da chuva acumulada sobre lajes e calhas, que devem ser limpas periodicamente; manter todos os utensílios que podem acumular água, como garrafas, pneus, limpos e bem fechados, ou guardados com a boca para baixo; limpar os ralos com frequência ou jogar desinfetante para impedir que a possível água acumulada se torne um criadouro em potencial; trocar sempre a água do bebedouro dos animais e lavar o recipiente; colocar areia nos pratos dos vasos de plantas; trocar a água dos vasos de plantas aquáticas; jogar desinfetante no reservatório de água atrás da geladeira.

Pernilongo comum

A população de Fernandópolis vem reclamando muito de outro tipo de pernilongo, o cúlex, de hábito noturno. De vários bairros da cidade o volume de reclamações tem aumentado o que levou a prefeitura nas últimas semanas a realizar pulverização das galerias onde estão os focos. A proliferação desse tipo de pernilongo ocorre mais no período de estiagem. Ele costuma proliferar em água suja e parada, principalmente nas galerias. Na época das chuvas, os criadouros nas galerias são levados pela enxurrada. Como o volume de chuva tem sido menor, o cúlex também tem infernizado a vida dos moradores. A pulverização ambiental, o chamado “fumacê” não pode ser realizado pela prefeitura por causa dos danos ambientais, já que o veneno acaba atingindo outras espécies como borboletas e até pássaros.

Simone Ruvieri explicou que a pulverização ambiental só é realizada pela Sucen e quando há uma epidemia instalada. A prefeitura só pode fazer a nebulização nas residências quando um caso de dengue é notificado na região. “Precisamos contar com a população para permitir que o agente possa entrar na moradia e realizar a pulverização. O veneno utilizado agora é a base de água e não tem mais aquele odor que incomodava as pessoas”, explicou.