Saúde

Fernandópolis já testou 14% da população contra a Covid-19



Fernandópolis já testou 14% da população contra a Covid-19

A diminuição dos casos positivos de Covid-19 no decorrer da primeira quinzena de outubro ascendeu uma alerta sobre a taxa de letalidade. A média móvel baixa no caso do mês em questão não refletiu necessariamente na queda da taxa de internação e mortes. 
Durante os primeiros 16 dias do mês, foram registrados 262 casos positivos de Covid-19, o que representa uma média de 17,46 casos/dia. Já com relação ao número de óbitos, é maior para o período de 15 dias desde o início da pandemia com 12 mortes registradas. A semana fecha com 2.924 casos positivos, 2.439 curados e 50 mortes em decorrência da doença.
Até esta quinta-feira, 15, foram realizados 10.224 testes, o que corresponde a 14,73% da população de Fernandópolis. Já com relação a taxa de infectados, 4,18% dos fernandopolenses testaram positivo para Covid-19. A taxa de letalidade é de 1,71% dos diagnosticados e de 0,07% da população total.
A tese de “imunidade de rebanho” que é quando uma porcentagem da população que entra em contato com o vírus e possibilita uma fase de controle da contaminação estimada em 20% da população ainda está longe de ser atingida. Porém, vale destacar que, segundo o médico infectologista e coordenador do comitê de contingenciamento para Covid-19 em Fernandópolis, Dr. Márcio Gaggini, o “número de contaminados pode ser seis ou sete vezes maior que o atual”.
“Se a gente pegar hoje na cidade o número de casos positivos, e pensarmos nos assintomáticos, que é uma população grande que entra em contato com o vírus e não tem sintomas e vai ter imunidade contra o vírus, se pensar nas pessoas que tiveram algum caso leve e não procuraram a Unidade de Saúde, provavelmente o nosso número é seis a sete vezes maior que esse que temos ai”, disse o médico infectologista Márcio Gaggini.

Com uma população estimada em 69.402 habitantes, estima-se que entre 12 e 14 mil pessoas já foram infectadas no município, atingindo os 20% da imunidade de rebanho. 
“O vírus está mostrando que ele continua se disseminando, está mostrando que é um inimigo forte. Parece que a guerra não tem fim, enquanto não imunizar a população em grande número a gente não vai conseguir controlar esse vírus”, alertou Gaggini.
A gravidade dos casos de Covid-19 em alguns pacientes tem refletido diretamente tanto no número de óbitos, como também na taxa de ocupação dos leitos de UTI – Unidade de Terapia Intensiva. Em média, 80% dos leitos da UTI permanecem ocupados, atingindo picos de 100% pelo menos três vezes por semana. Há duas semanas, a grande demanda por novos leitos somada à superlotação fez com que o município de Fernandópolis começasse a transferir pacientes para São José do Rio Preto, uma situação que deve se repetir nas próximas semanas caso a média móvel de casos positivos e de internações continuem subindo durante a segunda quinzena de outubro.